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Para expandir território, PCC trava batalhas nas ruas em cidades do interior

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O que antes estava restrito às unidades prisionais para o fortalecimento da gestão do “escritório do crime”, hoje está além dos muros e em expansão. Indo no caminho inverso do Comando Vermelho (CV), que se instalou a partir de Salvador, o Primeiro Comando da Capital (PCC), se estabeleceu no interior da Bahia. A maior organização criminosa do país e uma das dez maiores do mundo, o PCC trava uma batalha nas ruas com a sua arquirrival em cidades como Ubatã, Jequié e Ibirapitanga, agravando o cenário da segurança pública no estado. Já outros municípios, como Ipiaú, detêm sozinho o narcotráfico.  

“Isso aconteceu em São Paulo. Todas as organizações criminosas buscam ocupação de território e isso faz parte da sobrevivência da organização. Nas unidades prisionais, batizam criminosos, que saem depois para começar a expansão nas ruas. O PCC está agora nas ruas, porque tem intenção de controlar o estado todo ou maior parte dele. Para isso, vão fazer alianças e com isso estabelecer rotas de tráfico e pontos de venda”, declara o integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, promotor Lincoln Gakiya, que atua há mais de dez anos nas investigações sobre o PCC.  
Para o promotor, esta mudança no cenário em relação à maior organização criminosa do país na Bahia é o momento de tensão. “Mas os caras (Comando Vermelho) não vão aceitar perder os espaços”, diz ele, que será cada vez mais comum o enfrentamento entre o PCC e o CV no estado. “Até porque, a aliança recente entre as duas organizações não inclui a Bahia, porque o CV na Bahia tem uma certa autonomia em relação ao CV de São Paulo”, pontua. 
Ipiaú 
Na região Sul do estado, o PCC é maioral em Ipiaú. “A informação que temos é de que a atuação é só de uma facção, com vários pontos, no tocante à venda e distribuição (entorpecentes). Aqui, ela é soberana, mas temos em Ibirataia, cidade vizinha, a presença das duas (PCC e o CV)”, declara o delegado titular da cidade, Isaías Pereira.  Um dos líderes da organização carioca, Marcos Antônio dos Santos Xavier, o “Juca”, foi preso pelas Ficco (Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado) da Polícia Civil no último dia 6 de fevereiro deste ano. O traficante foi alcançado em Santa Catarina, de onde, de lá, exercia um papel forte na guerra contra a expansão do CV no município, bem como em outras cidades, como Jequié, Itiruçu, Boa Nova, Manoel Vitorino, Iaçu e Valentina.   

Traficante Juca foi preso em Santa Catarina Crédito: Divulgação

Pitasso, Playboy ou 220, como também é conhecido Juca, estava escondido em Barra Velha, interior catarinense. Após retornar do Espírito Santo, a advogada do traficante, Maria das Graças Barbosa dos Santos, de 50 anos, foi assassinada a tiros de pistola e fuzil em Ipiaú no último dia 24. Apesar de a Polícia Civil ainda não ter autoria e motivação, fontes que atuam na investigação do caso apontam duas possibilidades: a primeira, de a criminalista ter sido vítima do Comando Vermelho, pois supostamente haveria uma relação próxima com o grupo rival, ou tenha sido executada pelo próprio PCC, que desconfiava do estreitamento da advogada com CV e de ela ter informado o paradeiro de Juca.  

Em nota, a OAB Bahia e OAB Subseção Ipiaú informaram que “não receberam nenhuma denúncia ou notícia acerca de supostas infrações ético-disciplinares na atuação profissional da advogada criminalista Maria das Graças Barbosa dos Santos, barbaramente assassinada em Ipiaú”.
Jequié
Juca do PCC atua também em Jequié, no Sudoeste baiano. Devido à guerra contra o CV, o município, em 2022, teve a maior taxa de homicídio por 100 mil habitantes do país, segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Na época, a cidade registrou 88,8 óbitos para cada 100 mil pessoas. Em 2023, a cidade foi a terceira mais violenta nesse mesmo quesito, com 84,4 homicídios por 100 mil habitantes.

Advogada que tinha como cliente integrante do PCC pode ter sido morta pelo CV Créditoervo
Ubatã 

O PCC está presente também em Ubatã, no Sul.  No entanto, ao longo dos anos, sua força foi reduzida. Atualmente, a organização internacional está concentrada no bairro Alto da Bela Vista, enquanto sua arquirrival, o CV, mantém o controle dos pontos de venda e distribuição de drogas nas localidades de Várzea, Londrina, Júlio Aderne, Dois de Julho, Relíquia e Comunidade da Bica. “Até recentemente, o PCC era maioria, mas o CV foi atacando e ocupando território. No ano passado, foram 14 homicídios, sendo que 13 foram execuções do CV na área do PCC”, conta um morador da região.  

A liderança do PCC na região é compartilhada entre “Bruxo” e “Cipan”, ambos acusados de crimes como roubo, assalto a banco e homicídio. Eles tentam recuperar incansavelmente os espaços perdidos para “Real”, gerente do CV na cidade.   

Ibirapitanga    
Ainda na região, temos a rivalidade entre as duas organizações criminosas. O ápice da violência está concentrado em duas localidades. O Bairro do Cigano, que ainda é PCC, e o Bairro Novo, que antes era dominado pelo grupo paulistano, mas hoje é comandado pela organização carioca.  

Posicionamentos 
A reportagem pediu um posicionamento à Polícia Civil da Bahia (PC/BA), à Polícia Militar da Bahia (PM/BA) e à Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP/BA), mas, até o momento, não houve respostas. 

Informações Correio da Bahia

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