Maria morreu em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio de Janeiro
Morreu neste sábado (8) a economista Maria da Conceição
Tavares, aos 94 anos, uma das mais influentes do Brasil. De acordo com amigos e
familiares, ela faleceu dormindo durante a madrugada, em Nova Friburgo, Região
Serrana do Rio de Janeiro. A família ainda afirmou que a economista será
cremada e não haverá velório.
Nascida em Portugal em 1930, Maria se formou em Matemática
pela Universidade de Lisboa em 1953 e se mudou para o Brasil no ano seguinte
devido à ditadura Salazarista. Mais tarde, concluiu seu mestrado em Economia na
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e se tornou professora titular
dessa instituição, bem como do Instituto de Economia da Universidade Estadual
de Campinas (UNICAMP).
Ela venceu o Prêmio Jabuti na categoria Economia em 1998 por
suas contribuições ao pensamento econômico do Brasil. Em 2012, ganhou também o
Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia de 2011, concedido
pela então presidente Dilma Rousseff (PT).
Entre os anos de 1995 e 1999, também foi deputada pelo
Partido dos Trabalhadores no estado do Rio de Janeiro. Trabalhou ainda no Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e na Comissão Econômica
para a América Latina e o Caribe (Cepal). Pesquisadores dividem seu trabalho na
economia em três fases: quando ligada à Cepal e dedicada ao desenvolvimento
econômico; na Unicamp, quando dialogava com textos de autores como Karl Marx e
Michal Kalecki; e, por fim, na UFRJ, quando discutiu economia política
internacional, a partir da análise econômica global dos anos 1980.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou a morte
da economista. "Tive o prazer e a honra de conviver e conversar muito com
minha amiga ao longo dos anos, debatendo o Brasil e os nossos desafios sociais
e econômicos no Instituto Cidadania, em conversas no Rio de Janeiro ou em
viagens pelo Brasil", disse em nota.
Já o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), Márcio Pochmann, afirmou que Maria era uma intelectual
comprometida e que "deixa uma trajetória exemplar de educadora engajada no
que de melhor o pensamento crítico gerou no Brasil".
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