Mortes por álcool: Bahia é 2º estado do Nordeste e 6º no Brasil

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A Bahia é o segundo estado do Nordeste e o sexto do Brasil em mortes associadas ao álcool, com uma taxa de 37,4 óbitos por 100 mil habitantes, conforme dados divulgados no estudo “Álcool e a Saúde dos Brasileiros: Panorama 2024”, elaborado pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa).

O alcoolismo é uma questão que aflige não só a Bahia. Ainda conforme a pesquisa, 16 estados possuem taxas de mortalidade relacionadas ao álcool superiores à média nacional, que é de 32,8 mortes por 100 mil habitantes.

Os óbitos identificados no estudo foram divididos em duas categorias, segundo o psicólogo Kae Leopoldo, que participou da produção da pesquisa: os “totalmente atribuíveis” ao álcool e os “parcialmente atribuíveis”. Mortes causadas por intoxicações alcoólicas e dependência são do primeiro grupo. Já no segundo, estão as mortes em que o álcool contribuiu para a ocorrência, como acidentes de trânsito e doenças decorrentes do consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Vale destacar que os números apresentados pelo estudo não são valores absolutos, e sim taxas de mortalidade por 100 mil habitantes com o intuito de buscar comparações mais justas entre os estados.

A maior parte das mortes relacionadas ao álcool entre 2010 e 2022 teve como alvo principal a população de 55 anos ou mais (55,5%), que sofreu um aumento nas ocorrências de 2010 quando era 42,6% para 55,9% em 2022. Conforme Kae, a explicação para o dado é a deterioração natural da saúde conforme a pessoa envelhece. “O álcool é uma substância que interage negativamente com uma série de problemas de saúde que surgem com o envelhecimento”, comenta. No mesmo período aconteceu uma redução de 20,5% para 13,7% no número de mortes entre jovens de 18 a 34 anos.

O atendimento a essa população afetada pelo alcoolismo é feito principalmente através dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD), que tem como maior quantitativo de pessoas atendidas aqueles que fazem uso prejudicial de álcool. Coordenadora CAPS AD III Gey Espinheira, em Campinas de Pirajá, Luciana Rodrigues fala sobre a importância do equipamento. “Nosso foco é a redução de danos, e trabalhamos com o que é possível para cada paciente. Nem sempre a abstinência é viável de imediato, porque pode ser perigoso para o indivíduo, mas oferecemos suporte médico e social para ajudar na recuperação”, afirma.

O serviço funciona na lógica de “porta aberta”, ou seja, não precisa receber indicação de outro local. No local, o sujeito é atendido por uma equipe multidisciplinar composta por médicos, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, enfermeiros e outros para ajudar no acompanhamento e tratamento daquela pessoa.

Informações Portal A Tarde