O presidente Lula afirmou, nesta quinta-feira (24), que defender a identidade de gênero da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e de outras pessoas transgêneros é defender a soberania brasileira. A deputada teve sua identidade de gênero negada durante o processo de emissão de visto diplomático para participar de uma conferência acadêmica nos Estados Unidos.
Lula pediu ao Ministério das Relações Exteriores que emita uma nota mostrando a “inconformidade do Brasil com a ingerência de uma embaixada no passaporte de uma brasileira”. “Érica, o que aconteceu com você, na minha opinião, é abominável”, afirmou Lula. “Você não foi pedir mudança de sexo, foi pedir passaporte para fazer uma viagem aos Estados Unidos. Era isso que eles deveriam ter te dado. E defender isso é defender a soberania brasileira. É o mínimo que a gente espera”, acrescentou.
Ontem (23), Hilton se reuniu com o chanceler Mauro Vieira e, hoje, esteve com Lula durante reunião para sanção de projetos de lei sobre combate à violência e proteção de direitos das mulheres, no Palácio do Planalto. Em entrevista à imprensa após a reunião, a deputada afirmou que o posicionamento do presidente Lula mostra que as mulheres trans não estão “abandonadas e isoladas”.
Em nota, a embaixada americana no Brasil disse que os registros de visto são confidenciais e confirmou que só reconhece os sexos masculino e feminino, “considerados imutáveis desde o nascimento”.
