Ao final deste mês, dois tradicionais clubes de Feira de Santana, o Bahia de Feira e o Fluminense de Feira, darão início à disputa do Campeonato Baiano da Segunda Divisão. Enquanto se preparam para mais uma temporada, os clubes seguem enfrentando um desafio recorrente: a escassez de investimentos públicos consistentes.
O contraste fica evidente quando se coloca na balança os gastos da prefeitura municipal com outros eventos culturais. A micareta de Feira de Santana, por exemplo, custará este ano cerca de R$ 20 milhões para apenas quatro ou cinco dias de festa. Em contrapartida, se o município destinasse ao menos R$ 2 milhões por ano a cada um dos clubes — valor equivalente a apenas 20% do custo da micareta —, poderia estar incentivando o esporte, movimentando a economia local e promovendo a cidade de forma contínua ao longo do ano.
Além do apoio direto, a prefeitura também pode colaborar com os clubes por meio de patrocínio nas camisas, o que garantiria visibilidade para o município em campeonatos regionais e nacionais. Vale lembrar ainda que tanto o Bahia de Feira quanto o Fluminense são reconhecidos como entidades de utilidade pública, o que abre margem para que a Câmara Municipal autorize verbas especiais destinadas à manutenção dessas instituições esportivas.
O investimento no futebol local é mais do que uma aposta esportiva — é uma estratégia de valorização cultural, econômica e turística para Feira de Santana. Afinal, se bem estruturados, esses clubes podem voltar à elite do futebol baiano e até sonhar com voos mais altos no cenário nacional. Tudo isso, a um custo que representa apenas uma fração do valor gasto em poucos dias de festa.