A construtora responsável pelos operários chineses que foram retirados das obras da fábrica da BYD em Camaçari (BA), negou, nesta quinta-feira 26, que houvesse “condições análogas à escravidão” no canteiro de obras onde o Ministério Público do Trabalho (MPT) disse ter encontrado evidências de trabalho forçado.
A terceirizada Jinjang Construction Brazil Ltda declarou que “serem injustamente rotulados como ‘escravizados’ fez com que nossos funcionários se sentissem com sua dignidade insultada e seus direitos humanos violados, ferindo seriamente a dignidade do povo chinês. Assinamos uma carta conjunta para expressar nossos verdadeiros sentimentos”.
Segundo o MPT, os trabalhadores dormiam em camas sem colchões e tinham acesso a apenas 1 banheiro para cada 31 pessoas. A situação forçava os funcionários a acordarem às 4h para conseguirem se preparar para o trabalho às 5h30. Em um dos alojamentos, os trabalhadores “não possuíam armários para guardar seus pertences pessoais, que ficavam misturados com materiais de alimentação”, declarou.
A filial brasileira da montadora chinesa, BYD Auto do Brasil, anunciou, em nota, na noite de segunda-feira 23, que rescindiu com efeito imediato o contrato da empresa terceirizada responsável pela obra em Camaçari.