Os afogamentos costumam aumentar durante o verão, estação que concentra mais de 40% desses incidentes. Dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático mostram que 15 brasileiros morrem afogados diariamente no país. Isso equivale a uma morte a cada 90 minutos e cerca de 5.500 por ano. Os homens são vítimas desses acidentes seis vezes mais do que as mulheres. Além disso, esta é a segunda maior causa de mortes acidentais entre crianças no Brasil na faixa etária de 1 a 4 anos.
À nossa reportagem, o professor de natação e atleta Rodrigo Araújo, deu orientações para pais e responsáveis evitarem afogamentos.
‘Nós sabemos que a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, preconiza que você adentre em um ambiente aquático, em águas abertas principalmente, onde até a sua água dê no umbigo. Fiscalização de crianças sempre deve ser muito bem aparente, porque elas não têm noção do perigo. Então, a criança deve estar pelo menos um braço estendido de distância de um adulto responsável para que a gente possa estar evitando qualquer tipo de situação adversa dentro desses ambientes aquáticos também’, afirma.
Dados indicam que a maioria dos afogamentos não ocorre em praias, mas em água doce ou em ambientes domésticos, principalmente em condomínios, nas piscinas, ou em uma caixa d’água, no quintal da casa.
‘Quando se trata de condomínios ou ambientes domésticos, as pessoas acham que por estarem naquele reduto, as crianças vão estar seguras por ser o reduto habitacional, mas isso não tira o abono do responsável por estar fiscalizando. Ah, está dentro do meu condomínio, só está lá brincando, mas que tipo de brincadeira está acontecendo? Está acontecendo alguma brincadeira de empurra e empurra que pode gerar algum trauma seguido de afogamento? Pode estar acontecendo algumas brincadeiras de mau gosto, como aquela famosa brincadeira da briga de galo, um subindo no ombro do outro, alguém desequilibrar, bater a cabeça na borda e gerar afogamento?’, alerta Rodrigo.
De acordo com o profissional, a fiscalização é a melhor arma contra o afogamento, sobretudo de crianças, mas também é preciso estar atento as medidas preventivas, como o uso da boia.
‘A grande maioria das boias dão falsa sensação de segurança. Uma das boias que hoje no mercado ainda dão uma sensação de segurança parcial são aquelas boias coletes, onde a criança coloca no tórax e tem a extensão do braço. Mas mesmo assim não desabona o responsável está próximo, porque isso pode acontecer de uma boia dessa desinflar ou de uma boia dessa soltar, a criança própria querer puxar e o adulto não está vendo. Hoje, uma grande parte das crianças que sofrem de afogamento é porque os pais estão distraídos com outras coisas, inclusive a tecnologia. Então, o uso das boias deve ser feito com cautela’, diz.
Já em caso de presenciar um afogamento, o ideal é não entrar na água.
‘Não tente entrar na água para tentar salvar, grite por socorro. Só entre na água se você tiver realmente condições técnicas para você conseguir salvar essa outra pessoa que está se afogando, porque ao invés de morrer uma pessoa, pode morrer duas, sendo que o ideal não seria que morra nenhuma. Então, o mais adequado é gritar para o socorro, com certeza no local onde está acontecendo esse processo do afogamento, vai haver alguém que possa fazer o processo de socorrido. Quando não há um profissional capacitado para poder fazer esse processo de salvamento, não deixe de gritar por socorro, mas procure um galho de árvore, uma toalha maior, alguma corda, alguma boia que possa ser jogada para a pessoa que está se afogando, para você tentar tirar ela de lá de dentro, ao invés de você entrar para tentar salvar’, orienta o profissional.
Com informações do repórter Joaquim Neto