Dentista suspeito de matar metalúrgico em briga de trânsito se apresenta à polícia e é preso

A Justiça já havia decretado a prisão preventiva do suspeito identificado como Lucas Ferraz, após pedido da Polícia Civil. Após a audiência, foi para o DPT, onde fez o exame de corpo de delito e, em seguida, foi encaminhado para o presídio.

Crédito: Reprodução/Boca de Zero9

O dentista suspeito de matar o metalúrgico Jacivaldo Pereira, durante uma briga de trânsito, em Feira de Santana, se apresentou à polícia nesta segunda-feira (27) e foi preso.

"O advogado queria apresentá-lo diretamente para realização da audiência de custódia. Acredito que, na quinta-feira [23] houve um júri, a gente não podia [realizar o júri]. Na sexta-feira [24], tiveram várias audiências, então ficou combinado para nesta segunda-feira, ser realizada a audiência de custódia, como de fato foi feita", explicou o delegado de Homicídios, Gustavo Coutinho.

A Justiça já havia decretado a prisão preventiva do suspeito identificado como Lucas Ferraz, após pedido da Polícia Civil.

Lucas compareceu ao Fórum Desembargador Filinto Bastos, nesta segunda-feira, em Feira, acompanhado do advogado Joari Wagner.

Após a audiência, o dentista foi para o Departamento de Polícia Técnica (DPT), onde fez o exame de corpo de delito e, em seguida, foi encaminhado para o presídio.

Ele vai responder por homicídio qualificado, segundo o delegado Gustavo Coutinho.

"Nós temos um prazo de 10 dias para conclusão do inquérito policial. Nós vamos fazer um relatório e encaminhar para o Ministério Público Estadual"

"Então, o Ministério Público certamente vai denunciar e, uma vez acatada a denúncia, vai dar início a fase processual. Após a fase processual, se ele for sentenciado, ele vai a júri popular", detalhou o delegado.

O crime aconteceu no dia 15 de novembro e uma câmera de segurança filmou toda a ação. A vítima estava acompanhada das duas filhas, de 24 e 8 anos, e do neto, de 2 anos.

Nas imagens, é possível ver que o carro dirigido por Jacivaldo Pereira colidiu na parte traseira do veículo do suspeito.

Aparentemente, foi uma batida leve, entretanto, segundo os familiares do metalúrgico, o suspeito já saiu do veículo bastante nervoso, com uma arma de fogo nas mãos. Apesar de ter dito que iria pagar o prejuízo, a vítima foi baleada.

"A mulher que estava com ele [suspeito] segurou a mão dele e disse 'por favor, por favor'. Ele apontou a arma para o meu pai e eu e a minha irmã de oito anos gritamos: 'por favor, não atira no meu pai, ele vai pagar'. Ele atirou no pai e saiu friamente", afirmou Alana Costa, filha mais velha de Jacivaldo.

O metalúrgico foi socorrido para uma unidade de saúde, mas não resistiu e morreu horas depois. O corpo dele foi sepultado na sexta-feira, sob forte comoção.

A defesa de Lucas Ferraz afirmou que ele estava a caminho de uma missa no momento do crime. Segundo o advogado Joari Wagner, o cliente só usou a arma de fogo porque Jacivaldo foi "para cima dele". A polícia informou que o suspeito não tinha porte de arma.

"Ele informa que a todo momento tentou afastar e que Jacivaldo estava visivelmente embriagado, alterado e exaltado. Ele tem plena consciência que as imagens das câmeras de segurança do local vão comprovar tudo isso", afirmou o advogado.

Ainda conforme o advogado, o cliente tentou atirar na perna de Jacivaldo para contê-lo, mas o disparo atingiu a região da cintura.

No entanto, de acordo com o delegado Gustavo Coutinho, Lucas teria mentido em depoimento ao dizer que a discussão com a vítima havia demorado. A ação, conforme detalhou Coutinho, durou cerca de um minuto e não justifica os tiros disparados pelo dentista Lucas Ferraz.

O delegado ainda informou que Lucas não tem posse ou porte legal de arma de fogo e a adquiriu de forma clandestina, com a compra através de terceiros. Uma arma foi apresentada na delegacia e será feito exame de microcomparação balística para confirmar se foi a mesma usada no crime.

Ainda segundo o delegado, o crime poderia ter sido evitado se o suspeito tivesse conversado e resolvido a situação com a vítima.

"Nada justifica o autor ter ceifado a vida de um trabalhador. Uma pessoa de bem que estava com a família, filhas e um neto de 2 anos. Uma pessoa que não oferecia risco nenhum , disse o delegado.

A família do metalúrgico também contestou a versão e testemunhas disseram que o atirador estava sem camisa, o que indica que ele não estava a caminho de missa, na opinião dos parentes.

"Eu, quando vou à missa, levo minha Bíblia, não vou com arma na mão. Ele está mentindo", disse Alana Costa, filha mais velha de Jacivaldo.

Informações G1

Compartilhe

Deixe seu comentário