Doria vence prévias do PSDB para disputa da Presidência em 2022

Governador de São Paulo obteve 53,99% dos votos e superou Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul (44,66%), e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto (1,35%).

Foto: Alexandro Martello

O governador de São Paulo, João Doria, venceu em primeiro turno neste sábado (27) as prévias do PSDB para escolher quem disputará pelo partido a Presidência da República na eleição do ano que vem.

Ele obteve mais que a maioria dos votos (50% mais um) e superou nas prévias o governador Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto.

Com a vitória, Doria passa a ser o pré-candidato do PSDB ao Palácio do Planalto. Uma convenção nacional do partido deve confirmar o nome do governador de São Paulo. A candidatura só será oficializada com o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O prazo para inscrição de candidaturas se encerra em agosto do próximo ano.

O resultado final das prévias foi o seguinte:

João Doria - 53,99% dos votos

Eduardo Leite - 44,66%

Arthur Virgílio - 1,35%

Esta foi a primeira vez que o partido recorreu à realização de prévias para escolher o pré-candidato à Presidência da República.

Em razão de problemas no aplicativo de votação, as prévias iniciadas no último domingo tiveram de ser interrompidas durante quase uma semana e só foram concluídas neste sábado.

A disputa foi marcada por divergências entre os pré-candidatos, que dividiram posições dentro da legenda. Ao longo da pré-campanha, Doria e Leite trocaram farpas, e a demora para a conclusão da votação acabou agravando a crise entre os governadores.

No domingo, quando começou a votação, o presidente do PSDB, Bruno Araújo, chegou a dizer que as prévias geram "racha", mas que o vencedor terá de "lamber as feridas internas" e unificar o PSDB.

Após o anúncio do resultado, o ex-prefeito e ex-senador Arthur Virgílio afirmou que a prioridade agora será "unir o partido".

"Vamos ter que romper qualquer laço do PSDB com o bolsonarismo. Não tem emenda que valha isso, não tem circunstância que valha isso. Nos temos que começar a fazer justiça aos nossos militantes", declarou.

Eduardo Leite afirmou que o partido tomou a "decisão absolutamente soberana, que tem meu reconhecimento".

"Desejo a ti toda a sorte, a força, para lutar a luta que tem pela frente", disse, dirigindo-se a Doria.

No discurso após o anúncio do resultado, Doria ressaltou realizações de figuras do PSDB nos governos do partido e atacou rivais, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro, prováveis adversários na eleição presidencial do ano que vem. Falou em vencer "a corrupção e a incompetência".

Em relação a Lula, disse que a adoção de políticas sociais não justifica "o maior esquema de corrupção do qual se tem notícia".

"Os governos Lula e Dilma representaram a captura do estado pelo maior esquema de corrupção do qual se tem notícia no país, a moralidade convertida em roubalheira. Fazer políticas públicas para os mais pobres não dá direito, a quem quer que seja, de roubar o dinheiro público. Os fins não justificam os meios. A péssima gestão da economia com Dilma nos legou dois anos de recessão e desemprego", declarou.

Segundo Doria, Bolsonaro "vendeu um sonho e entregou um pesadelo".

"Nosso fraterno Brasil se transformou no Brasil da discórdia, da desunião, do conflito, da briga entre familiares e amigos, da arrogância política. Da violência contra a democracia. Dos ataques à imprensa e a jornalistas", disse.

João Doria tem 63 anos e foi eleito governador de São Paulo em 2018, com mais de 10,9 milhões de votos. Assim como Eduardo Leite, apoiou Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição, ocasião em que foi cunhado o slogan "BolsoDoria".

Antes de ser governador de São Paulo, o tucano, que é formado em jornalismo e publicidade e atuava no ramo empresarial, foi eleito prefeito da capital paulista, em 2016. Ele se filiou ao PSDB em 2001.

Informações G1

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