Dólar x combustíveis: Professor de economia explica influência e efeitos para o bolso do brasileiro

Em Feira de Santana, a gasolina vem sendo comercializada, conforme verificado constantemente por nossa reportagem na Blitz dos Combustíveis, por, em média, R$ 5,95. O valor é resultado de um fenômeno que ocorre em todo o estado.

Foto: Divulgação

Nos últimos dias, o dólar tem se mantido relativamente estável na casa dos R$ 5, e no primeiro semestre, chegou a recuar cerca de 4,13% em relação ao real. Mesmo diante deste recuo, o preço dos combustíveis no Brasil, que possui forte influência do valor da moeda americana, está em crescente aumento.

‘Quando a gente fala de combustível, diesel e gasolina, por exemplo, a gente está falando da sua principal matéria-prima que é o petróleo, comercializável internacionalmente e cotado em dólar. Por isso, em geral, todas as vezes que o valor desta moeda sobre, em razão do real, nós precisamos de mais reais para comprar um galão ou barril de petróleo. Se o preço do petróleo, cotado em dólar, sobe, sobe também o preço dos combustíveis, que embora não ocorra na mesma velocidade, ocorre na mesma dimensão’, pontua o professor de economia da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Cleiton Silva.

De acordo com o professor, existe uma incerteza sobre uma possível maior produção do petróleo, o que geraria uma consequente queda no valor, ou uma maior demanda do produto em meio ao crescimento econômico mundial pós-pandemia, o que aumentaria o valor comercializado.

‘O mundo está se abrindo nesta fase final da pandemia com as vacinas, o que faz com que mais mercadorias circulem, exista maior demanda e o preço suba. Por outro lado, os principais países produtores e exportadores do petróleo estão tentando um acordo para maior produção do petróleo internacional. Neste momento há uma maior demanda em relação a oferta e por isso o preço do petróleo e consequente combustível está em crescente’, explica.

O preço dos combustíveis deve subir mais um pouco a partir deste sábado (1º), após o reajuste do preço médio ponderado ao consumidor final (PMPF), definido pelas secretarias estaduais de Fazenda.

Sobre o caso, o economista destaca que o PMPF é usado como valor de referência para cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e os estados possuem suas alíquotas específicas de tributação de cada um dos combustíveis.

‘O nível de alíquota estadual no Brasil é maior que o federal, uma vez que o ICMS é o grosso da reparação em todos os estados brasileiros. No nosso estado, pelo meu conhecimento, não há perspectiva de haver aumento da alíquota de ICMS sobre os combustíveis. Hoje, a cada R$ 100 de gasolina que a gente consome, R$ 30 é de impostos estaduais e R$ 13 de federais’, diz.

Em Feira de Santana, a gasolina vem sendo comercializada, conforme verificado constantemente por nossa reportagem na Blitz dos Combustíveis, por, em média, R$ 5,95. O valor, segundo Cleiton, é resultado de um fenômeno que ocorre em todo o estado.

‘Dói no bolso do consumidor direta ou indiretamente e sobre perspectivas de aumento ou redução não há como saber porque depende de muitos fatores. Uma alternativa seria uma redução de uma alíquota ou tributo estadual ou federal, o que seria uma solução paliativa, não é constante’, relata.

Com informações do repórter Joaquim Neto


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