Eleições das fake news

Foto: Divulgação

As eleições municipais pelo Brasil em 2020 prometem ser as 'eleições das fake news'. Por conta da pandemia da Covid-19, vão ser campanhas totalmente diferentes do que o que é de costume. Sem poder promover aglomerações, fazer visitas 'porta-a-porta' e sem poder ter aquela velha prática do 'beija-menino' (termo que uso para aqueles momentos em que o político, durante as passeatas e visitas a comunidades, pega no colo qualquer criança que ali esteja e a beija no rosto, abraça, sempre sorridente, para fazer fotos ou vídeos que dão a impressão de simpatia e ajudam na sua imagem), vai restar aos candidatos as redes sociais.

Nas últimas eleições, em 2018, as redes sociais já foram espaços extremamente utilizados pelos candidatos, mas agora devem ser ‘os espaços’, praticamente únicos, e isso gera uma preocupação muito grande em relação às fake news.

Vivemos um momento em que todo mundo se sente comunicador profissional, e faz questão de escrever seus textos baseados em informações, que nem sempre têm suas veracidades e fontes checadas, ou de repassar algum vídeo, texto ou áudio, sem saber da procedência, apenas por atender o seu interesse ideológico. Com isso, a quantidade de fake news tem sido enorme, e muita gente tem sido prejudicada por isso. Agora imagine fazer isso, com a intenção de prejudicar algum candidato ou de direcionar a opinião pública em favor de algum político? Isso, nós também já vivemos nas últimas eleições, vindo de praticamente todos os lados políticos (antes que os apaixonados comecem com seus discursos de acusação para um lado ou outro), e deveremos viver essa realidade de forma ainda mais intensa esse ano, dadas as circunstâncias já citadas nesse texto.

Recentemente, tivemos a exclusão, feita pelo próprio Facebook, de uma série de páginas ligadas a políticos, por estarem, de acordo com a rede social, propagando fake news e incitando o 'discurso do ódio'. Na câmara e no senado, existe uma grande quantidade de projetos de lei que tratam das fake news e sugerem punições para quem as cria ou repassa. Há toda uma 'força-tarefa' no combate a essas práticas, embora, acredito que, não teremos nada resolvido no legislativo à tempo para as eleições de novembro, mas só em saber que existe esse movimento, já ficamos um pouco mais esperançosos. Mas o fato é que, se tratando das eleições desse ano, as fake news devem ser uma dura realidade. Mais uma vez, cabe aquele discurso já colocado outras vezes aqui nessa coluna de que o leitor/eleitor precisa ter consciência na hora de propagar determinadas informações, e principalmente, critério na hora de comprar a ideia do que se lê, ouve ou assiste nas redes sociais. Muita coisa não vai ser verdade, e sem buscar veículos de credibilidade (seja ele qual for) como fonte de informação, estaremos sempre suscetíveis a ser levados ao erro.

Compartilhe

Deixe seu comentário