O QUE ESPERAR DAS AUTORIDADES DO BRASIL

Foto: Divulgação

A divulgação do vídeo daquilo que chamaram de reunião presidencial, que foi realizada no dia 22 de abril ainda repercute nos meios políticos, na imprensa e ainda muito timidamente no judiciário. Porém atos praticados pelo presidente nestes últimos dias, apenas reforçam aquilo que se viu naquilo chamado de reunião e explicarei por que.

 

As falas do presidente da república expostas no vídeo divulgado pelo ministro Celso de Melo implicam no mínimo em dois crimes de responsabilidade. No entanto parte da imprensa se concentra naquilo que justamente não se desdobrará em maiores consequências. Reporto as alegações de Moro sobre a interferência do presidente da república na Policia Federal. Pelo que se viu naquilo que foi chamado de reunião, não há evidência de interferência direta. As mudanças em postos da polícia podem ser remanejadas a critério da presidência. É bem provável que a procuradoria da república peça o arquivamento deste inquérito que trata da denúncia do ex juiz.

 

Para configurar crime na ótica do ex juiz é preciso muito mais do que uma simples alegação como ele fez. São necessário fatos mais concretos para configurar interferência política para apontar que houve favorecimento ou interferência na PF para benefício próprio, no caso, do presidente da república. No entanto, parte da imprensa que ainda dá bola para Moro. Inclusive aquela entrevista dada ao Fantástico da Rede Globo aponta como funciona a cabeça do ex juiz. Ele tenta se desvencilhar do governo ao qual participou desde seu início. Se hoje faz críticas, foi dos seus quadros por longos 15 meses, portanto, endossava todas as suas práticas. Portar-se agora como marido traído. Não engana ninguém.

 

Dois fatos daquela que parecia uma reunião ministerial e que são muito mais graves, foram os do presidente da república e daquele que parece ser ministro da educação. No dia de ontem o Ministro Alexandre de Moraes determinou para num prazo de cinco dias o que se diz ministro da educação, preste depoimento na Policia Federal para esclarecer sobre o que disse naquela pantomima de 22 de abril. Esta determinação faz parte do inquérito sobre fake news que está sob responsabilidade de Moraes.

 

Ele terá que apresentar razões por que os ministros do STF são vagabundos e que precisam ser presos. Se não apresentar as razões desta acusação, responderá por crime de difamação e injuria, além de infringir a lei 7.170/83 que dispõe crimes contra a segurança nacional, ordem e política social. Espera-se que se aplique com rigor as condutas previstas na legislação contra esta autoridade que se porta da pior maneira possível para o cargo que ocupa. Não tem qualificação, não sabe o básico da língua portuguesa e se comporta como um militante raivoso e medíocre. Em um país sério, seria exonerado do cargo no momento que falou aquelas sandices na fatídica reunião destrambelhada. E o pior, foi nenhum dos presentes se opor a aquelas palavras desrespeitosas contra os membros de um poder. O que se deduz que endossaram aquelas palavras.

 

Por uns instantes cheguei a pensar que a reposta do STF às agressões vindas de um ministro de estado contra seus ocupantes, deveriam ser mais incisivas. Mas refletindo melhor, os ministros do STF não devem responder a um sujeito despreparado e desqualificado para o alto cargo que ocupa. Não pode haver dialogo que pensa, age e diz aquelas palavras. No entanto no dia de ontem o Ministro Celso de Melo disse numa sessão da corte que sem um judiciário independente não haverá democracia. Pessoas inteligentes não perdem tempo com estas acusações, encaminha-se a justiça e lá encontrará as respostas as ofensas.

 

Outro dado grave e que parece esquecido pela imprensa, é o fato de presidente afirmar e depois confirmar no puxadinho da infâmia que dá ponto todas as manhãs na porta da Alvorada, de que tem informantes particulares para atualizá-lo do que ocorria, uma vez que, a PF, GSI e a Abin não passava a sua pessoa. É crime gravíssimo de responsabilidade. Presidente da república não pode ter informantes particulares que diz respeito a atuações de órgãos de vigilância e atuação policial. Tão desprovido da responsabilidade do cargo que ocupa ainda deu nome de seus informantes. Isto sim deve ser apurado pela PGR com profundidade. E parece fácil. Até os nomes de seus informantes o presidente forneceu.

 

Aquela pantomina que foi a reunião ministerial ainda tem outros fatos que poderiam desdobrar em crimes, mas que parece não serão aprofundados. Mas a despeito de tudo, na minha opinião pessoal, foi o fato de que os presentes não reagiram a um só momento das barbaridades ali ditas. Calaram-se, quase como uma reverência ao chefe que se desdobrava em dizer palavrões e se preocupar unicamente com a paranoia de perseguição a sua pessoa e aos seus familiares. Como se numa reunião ministerial fosse exclusivamente para tratar de suas contendas pessoais. Não houve um só momento que problemas do Brasil fosse discutido. O que se viu foi, de um lado um ministro da economia que arrotava ter lido Keynes no original e é um fracasso de gestão no idioma pátrio. Um ministro do meio ambiente querendo alterar regramentos, portarias de baciada como bem disse no seu linguajar estereotipado, com a maior desfaçatez. Está é a república que dirige o país

 

E para encerrar um dado interessante daquela pantomima chamada de reunião. Por diversas vezes se utiliza o termo “liberdade”, como se nós estivéssemos vivendo a ameaça de perde-la,. Aqueles valores ditos pelo Bolsonaro de família, arma, liberdade, deus e democracia, eram palavras que um conhecido ditador usava.

 

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