Assassinatos durante motim da PM no Ceará chega a 88; 167 policiais são afastados

Ao menos 15 desses casos ocorreram na Grande Fortaleza, que é patrulhada pelo Exército desde a tarde de sexta-feira. Paralisação chega ao 5º dia.

Foto: Rafaela Duarte/SVM

Com mais 37 mortes em um intervalo de 24 horas, sobe para 88 o número de assassinatos durante o motim da Polícia Militar do Ceará, informou o governo do estado. Os dados se referem ao período entre a meia noite de quarta-feira (19) e 23h59 de sexta-feira (21), mas a paralisação dos agentes teve início ainda na noite de terça (18). Esse é o período mais violento registrado em meio à crise na segurança no Ceará. Neste sábado (22), quinto dia de motim, batalhões na Grande Fortaleza e no interior seguem fechados e com pessoas amotinadas.

Desde terça, homens encapuzados que se identificam como agentes de segurança do Ceará invadiram quarteis e depredaram e esvaziaram pneus de veículos da polícia. Policiais militares reivindicam aumento salarial acima do proposto pelo governador Camilo Santana.

Os números anteriores da Secretaria da Segurança do Ceará (SSPDS), referentes ao período entre 6h de quarta-feira e 6h de sexta-feira, apontavam 51 homicídios.

Cerca de 15 das 37 mortes registradas nas últimas 24 horas ocorreram em Fortaleza e na região metropolitana, que estão sendo patrulhadas por tropas do Exército. Agentes da Força Nacional também já estão no estado para conter a crise após o motim de parte dos policiais militares.

Em Fortaleza, no Bairro Montese, duas pessoas armadas foram mortas a tiros quando tentavam assaltar um policial à paisana, em um posto de gasolina, na noite de sexta-feira. O agente estava dentro do carro com a família no momento da abordagem. Os suspeitos ordenaram que os passageiros saíssem do veículo, mas foram atingidos por disparos feitos pelo policial.

Na cidade de Pacatuba, na Grande Fortaleza, duas irmãs foram mortas na calçada de casa, por dois homens em uma motocicleta, também na noite de sexta-feira. As vítimas tentaram fugir, mas foram perseguidas pelos suspeitos e tombaram sem vida no quintal da residência.

O governo do Ceará afastou, neste sábado, 167 policiais militares que participam da paralisação. O afastamento dos envolvidos no motim deve durar 120 dias e os agentes já serão retirados da folha de pagamento do governo a partir deste mês.

A abertura de processos disciplinares contra os militares afastados ocorrerá de duas formas. A primeira envolve os inquéritos militares, cujo julgamento acontecerá na Justiça Militar. O segundo consiste no procedimento administrativo disciplinar realizado pela Controladoria Geral de Disciplina (CGD).


Informações G1

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