A DEGRADAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Foto: Divulgação

Sinceramente jamais gostaria de falar sobre o assunto que abordarei neste espaço. Primeiro porque ante de tudo me causa náuseas, não importando quem o tenha feito. Segundo que veio de uma autoridade que nunca deveria ter dito o que disse. Refiro-me ouvintes, das declarações do Presidente Bolsonaro sobre a jornalista Patrícia Melo da Folha de São Paulo.

 

O fato trata da forma desrespeitosa, baixa e vil de como um presidente da república se refere não a uma jornalista, mais uma mulher. Seu comentário feito na porta do palácio da Alvorada, que é realizado diariamente, perante a um bando de desocupado que fica na expectativa de tirar uma foto e também ocupado por jornalista na tentativa de tirar alguma informação relevante do poder executivo e que muitas vezes são alvos de ofensas  de toda  sorte.

 

O local do lado de fora do Palácio da Alvorada, meio ajambrado, serve de palanque para a enormidade de asneiras e vilanias ditas quase diuturnamente por Bolsonaro. Mas no dia de ontem (18/02) o presidente extrapolou todas as práticas tidas como decorosas e decentes que se espera que a mais alta autoridade pública do país as respeite. O insulto a jornalista Patrícia Campos Mello da Folha de São Paulo somente acentua aquilo que boa parte dos brasileiros já sabem; a incrível capacidade do presidente fazer ataques a honra das pessoas sem medir as consequências.

 

Este tipo de comportamento nojento e asqueroso vindo do presidente da república não me causa espanto. O ambiente do qual viveu e pertence o presidente Bolsonaro e pelo tipo de formação de seu comportamento é mais do que esperado e isto é facilmente comprovado bastando olhar a sua vida parlamentar pregressa e verão que estou com a razão. A sua vida de deputado, medíocre e sem representatividade, somente se sobressaía fazendo ataques contra mulheres, homossexuais, índios, negros e defendendo ditadura e atacando os EUA. Como ninguém dava importância ao que falava, ficou esquecido e acabou por obra do acaso presidente da república.

 

O que mais me preocupa não são estes comentários tortuosos e ignóbeis, mas os bandidos digitais que se utilizam das redes sociais para emular seus desafetos, desumanizando seus adversários e propagar os desvios do Bolsonaro como uma coisa corriqueira, relativizando estes destemperos verbais. Estas milícias representativas da extrema direita, que tem em Moro o arquétipo de seus valores, atacam sem dó e sem cabeça a imprensa livre e independente que tem a nobre missão de informar e apontar os erros e desacertos dos governos de plantão.

 

Essa gente desanuviada das ideias, chancelam e corroboram para que o presidente da república se sinta a vontade para atacar aqueles que não comungam com suas ideais, porque ideias ele não tem nenhuma, manchando o decoro e a dignidade que o cargo da presidência da república merece ter. Sustentado pelos terroristas digitais o presidente da república sabendo que não vai sofrer consequências pelas sandices ditas, vai se afastando daquilo que se esperar da maior autoridade brasileira: trato respeitoso e educado até contra aqueles que o detratam. Mas isto nunca será alcançado. Sua formação e os que rodeiam representam o que há mais baixo e vil no trato social e respeito, principalmente, daqueles que contrapõe o seu grupo politico.

 

Do ponto de vista legal, nada irá acontecer com  Bolsonaro pelas ofensas ditas a jornalista. A constituição Federal em seu artigo 86, parágrafo 4º. Determina que, o presidente da república na vigência de seu mandato não pode responder por crimes estranhos a sua função. Significa que a jornalista poderia propor um processo contra o presidente da república, mas este ficará sustado até o fim do seu mandato. Salientando que se o processo fosse recebido pela justiça, por crime comum ainda que relacionado ao exercício do mandato teria que ter a aprovação de 2/3 da Câmara dos Deputados para chegar ao Supremo. Como se vê isto é muito difícil de acontecer nos momento atual. Obviamente os auxiliares do Bolsonaro já deve ter dito aos seus ouvidos o que leciona o texto constitucional. Assim dar banana e ofender jornalistas garante ao presidente a tranquilidade de dizer asneiras.

 

Infelizmente ainda tem três anos de mandato. É tempo mais que suficiente para o presidente da república  mudar a sua postura e agir com o decoro e a dignidade que o cargo exige. O seu comportamento achincalhado e atitude de  boquirroto que sai dando pedradas a aqueles que não concordam com suas convicções, o afastam da galeria de um bom gestor publico que tem a obrigação de saber que as palavras ditas têm importância e impacto. Espera-se que tenha a hombridade de pedir desculpas não só a jornalista que legitimamente exerce a sua função, como também a todas as mulheres, pois, se ela não ainda percebeu tem esposa e filha. 

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