Mãe declara que filho encontra-se bem e que os pais agressores devem aprender com consequências

Josimara, em Feira de Santana, não pode acolher seu filho após o episódio de violência, mas recebe Gabriel e sua irmã em casa na próxima segunda

Marcelo Fernandes

A moradora e funcionária pública em Feira de Santana, Josimara Nascimento, mãe de Gabriel que, enquanto passa férias na casa da tia, em Brasília, foi vítima de agressão por parte de casal de pais de outra criança de 06 anos que se machucou ao tropeçar em uma brincadeira em que ambos participavam, na quadra do condomínio, fala sobre a situação de mal entendido e violência que envolveu seu filho e repercutiu em todo país. 
"Eu fiquei sabendo do fato já no finalzinho da tarde de terça, quando minha irmã, que mora em Brasília já tinha tomado as providências legais e penais necessárias. O fato aconteceu no domingo e ao ver as imagens, na terça, eu fiquei muito chorosa, muito triste, passei a noite toda chorando, não dormi porque é inacreditável a forma que eles agiram ", contou Josimara.
Segundo ela, "nenhuma atitude que, por ventura tivesse sido cometida pelo meu filho justificaria a ação deles". A mãe considera ter sido uma ação covarde. "Ele (o pai) prendeu o braço do meu filho para trás para que o filho dele pudesse dar um soco no rosto do meu filho e ele não ter tivesse como se defender. Após isso, a mãe veio, em uma atitude muito desesperada e covarde, ao meu ver, e deu um tapa no rosto dele fazendo com que ele até caísse", narra as imagens. 
Josimara considera que a situação poderia ter causado uma lesão maior, uma vez que a criança caiu da própria altura. "Foi uma situação muito triste, constrangedora, estou muito chateada com toda essa situação, já  foi dado andamento nos procedimentos penais, meu filho retorna na segunda-feira para Feira de Santana, porque ele foi para Brasília apenas para se divertir, e a partir de então, com a mente mais calma, mais tranquila eu vou tomar as outras providências legais pertinentes porque casos como esses não podem ficar escondidos ou somente dentro dos prédios", declara.
"Eu sei que Gabriel não foi o primeiro, mas eu queria que ele fosse o ultimo a sofrer esse tipo de coisa. Adulto bater em criança é inaceitável. Gabriel vive em um ambiente de amor, de carinho, a gente nunca bateu nele, ele não foi educado dessa forma nem para revidar uma situação conflitante, nós nunca ensinamos isso a ele. Ele é uma criança muito amável e eu vou trabalhar isso na mente dele para que ele esqueça essa situação e continue sendo um menino amável pois a sociedade está precisando de pessoas que amem o próximo", ponderou.
No momento em que o caso aconteceu só estavam crianças brincando mas, por sorte, o local era cercada por câmeras de monitoramento que possibilitou a averiguação dos fatos. "O condomínio localizado na Asa Sul de Brasília tem todo o aparato de segurança e é por isso que as crianças têm a liberdade de brincar sem precisar necessariamente da presença de um adulto ao lado, inclusive o filho desse casal agressor também estava sem a presença deles. Esse equipamento foi ótimo porque nós conseguimos a imagem comprobatória, não ficou só contra a palavra dele", pontua. 
Sobre as imagens, Josimara se sentiu impotente ao vê-las. "São cenas fortes você ver o seu filho naquela situação sem poder estar lá na hora para levantar do chão, dar um beijo, um abraço e dizer que vai ficar tudo bem, é de cortar o coração e doer a alma de qualquer mãe. É algo que eu não desejo para ninguém", comentou. 
Na circunstância, a mãe conta que Gabriel contava com a presença da irmã, de 8 ano,s e outros primos, também de 8 anos, além de outros adolescentes moradores do condomínio. "Tinham alguns adultos conversando na área externa, inclusive um deles que estava na piscina e presenciou os fatos, prontamente pulou o alambrado da piscina e foi tirar Gabriel do chão, mas não chegou a tempo de evitar as agressões", observou. 
Os pais agressores, identificados como Danielle Cavalcanti dos Santos e Alexandre Campos, provavel moram em Brasília, segundo Josimara, mas não no condomínio em que aconteceu o episódio. "Quem mora no condomínio são os avós maternos da criança que se machucou sozinha, então eles estavam lá para passar o dia do domingo, no caso, visitar os pais da mãe agressora", relatou.
Josimara conta que, após o acontecimento, já conversou com o filho inclusive por chamada de vídeo para vê-lo fisicamente. "Fisicamente ele tá bem, se mostrou uma criança forte. Gabriel é uma criança muito ingênua e essa ingenuidade é boa porque talvez ele não saiba a dimensão do caso. Ele se mostra bem, embora esteja um pouco assustado para querer descer e brincar novamente porque isso realmente constrange, mas aparentemente ele está bem. Eu vou agora trabalhar depois do retorno dele a questão psicológica, porque esse é um trabalho que só o tempo nos dará a resposta correta", considera.
A mãe de Gabriel acredita que os agressores irão prestar depoimento por intimação da polícia "Eu vi pelas redes sociais e pela imprensa que o casal deveria se apresentar entre hoje e amanhã. Eu acho que eles devem se apresentar, caso contrário, serão considerados foragidos e acredito que eles não querem mais isso para eles", comentou.
Além das medidas legais aplicáveis, Josimara afirma que, a princípio, não pararam para pensar em pedir determinado valor por danos morais, por exemplo. "Porque a nossa situação é mais uma questão de reflexão. É muito provável que a gente dê continuidade em outras esferas para poder fazer nossas reinvidicações, mas nada vai pagar o preço de uma agressão sofrida e com certeza eu espero que eles reflitam bastante e se eduquem, aprendam, porque eu não sei se Gabriel foi o primeiro caso deles, mas que pelo menos o dele seja reparado".
A mãe declara que está ansiosa para que chegue o horário do pouso de retorno dos filhos, na segunda, para que possa pegar Gabriel e sua irmã, que também deve estar muito aflita, e encher de beijos, carinho e fazer com que a criança esqueça isso que passou na vida dele. "Que seja um Natal de bom para todos nós e que 2019 venha repleto da paz que o mundo está precisando", desejou. 
Informações de Marcelo Fernandes

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