Aparecimento de escorpiões pode ser prevenido ou evitado

Bióloga do Centro de Zoonoses dala sobre animal peçonhento, o que atrai, qual limpeza deve ser feita e procedimento em casos de captura.

Joaquim Neto

O aparecimento de escorpiões com maior frequência, favorecido pela época do ano, gera grande preocupação para as famílias. A bióloga do Centro de Zoonoses de Feira de Santana, Paula Freitas fala sobre o animal peçonhento, o que atrai e como prevenir seu aparecimento. "O animal procura alimento e, como os escorpiões são carnívoros, tendem em ir em busca de baratas, grilos que, em conjunto, aparecem com mais frequência nesse período do ano e acabam adentrando as nossas casas", aponta.
Segundo Paula, embora a gente não tenha ideia disso, o escorpião anda muito. "A gente pensa que o animal é muito pequeno, não vai ter essa capacidade, mas ele consegue rapidinho se espalhar na região, pois entra por baixo de portões em portas, sobe em paredes, pode vir pelo telhado", comenta.
A bióloga diz que é possível identificar focos de escorpião. "Aqui em Feira todos os bairros são acometidos por escorpiões, principalmente porque na cidade existem muitos terrenos baldios, abandonados, em que o pessoal joga lixo, existem casas abandonadas que acabam enchendo de muito mato alto e verde, que é o habitat natural desses animais, que gostam de lixo, lugar úmido e escuro. Normalmente os focos estão nesses ambientes sujos, de vegetação, que não tem zelo e em Feira isso é muito pontual em todos os bairros", pontua.
Embora o escorpião tenha hábito noturno, isso não quer dizer que durante o dia ele não possa aparecer. "Ele aparece durante o dia procurando um lugar para se abrigar, mas o hábito dele é noturno porque normalmente o alimento dele sai a noite, então ele sai a noite procurando seu alimento", constata Paula.
A bióloga diz que 95% dos casos de incidência de animais peçonhentos trata-se meramente e exclusivamente de limpeza. "Se você mantém um ambiente limpo, organizado, livre de acúmulo de objetos em desuso, entulho, resto de materiais de construção, já ajuda para que estes animais não apareçam em seu ambiente", ressalta.
Paula Freitas relata que em Feira de Santana existem duas espécies muito perigosas de escorpiões venenosos, que são Tityus Serrulatus e Tityus Stigmurus. "O Serrulatus tem patas e caldas amarelas, com corpo amarronzado e o Stigmurus é todo amarelo e no corpo parece ter triângulos desenhados", descreveu.
Ela comenta que escorpiões são animais bem peculiares, resistentes e persistentes e alerta sobre a necessidade de ter bastante atenção e cuidado na prevenção. "Principalmente quem tem crianças, mantê-las calçadas, sempre em observação, limpar todo o ambiente em que a criança está, sempre olhar com cuidado cama antes de deitar, sofá antes de sentar, sacudir calçados, vasculhar gavetas e guarda-roupas. É sempre bom, antes de você colocar a mão de vez nas coisas, principalmente naquelas residência em que já apareceram escorpiões, olhar antes e se possível usar uma luva mais grossa, de coro, daquelas que mecânicos ou eletricistas usam, para puxar objetos. De 15 em 15 dias estar arrumando as coisas porque um animal pode entrar ali e ficar até um ano sem se alimentar", mencionou. 
A bióloga diz que matar o escorpião não resolve 100% do problema, uma vez que um deles põe de 15 a 20 filhotes por ninhada. "Você vai matar aquele mas pode ser que existe os filhotes daquele animal ainda na área, então, claro que matando o animal ele não vai ter como injetar o veneno assim como ele faz vivo, mas não quer dizer que matando vai tar livre dele pois  podem aparecer outros no futuro", considera.
Ela orienta que, o certo, é que se tiver um foco nas redondezas ou na própria casa, o ambiente deve ser tratado e aponta a dedetização como um paliativo que não garante totalidade de eficácia. "Não existe um veneno específico de acesso à matar o escorpião, existe o micro encapsulado, que só pode ser aplicado por empresas de dedetização, pois precisa de um profissional qualificado que vai aplicar o veneno dentro da sua residência e causar a morte do animal se tiver alojado em algum espaço. Mas acontece que esses escorpiões têm uma estrutura chamada quimiorreceptores com a qual conseguem captar no ambiente o cheiro do veneno e tentam fugir, nesse meio tempo em que é aplicada qualquer dedetização, você acaba desalojando o animal do espaço em que ele estava e ele começa a querer procurar lugar para se esconder novamente, aí nesse meio tempo alguém pisa, ele pica e está aí o acidente", observa.
A bióloga diz que ao avistar um animal desse tipo circulando na residência, o correto é pegar uma pá, uma vassoura, de preferência utilizando uma luva grossa e transferir o animal para dentro de um recipiente, preferencialmente com álcool. "Ele demora cerca de 15 a 20 minutos para morrer, mas falece e aí você pode trazer no Centro de Zoonoses, que a gente faz a identificação do animal, ou tem também um laboratório na UEFS onde fazem o recebimento desse tipo de animais", norteia. Em média, 40 ordens de serviços são atendidas em relação a casos de escorpião por mês no Centro de Zoonoses.
Informações de Joaquim Neto

PMFS - Micareta 05

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