Jair Bolsonaro é transferido para hospital em São Paulo

Candidato à Presidência será levado para o Hospital Albert Einstein. Estado dele é considerado "extremamente estável" e, com isso, família decidiu sobre a transferência.

Foto: Ricardo Moraes/Reuters

G1 - Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo PSL, está sendo transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo na manhã desta sexta-feira (7). Bolsonaro estava internado na Santa Casa de Juiz de Fora (MG), onde passou por uma cirurgia após o ataque que sofreu na quinta-feira (6) em Minas Gerais.

Uma ambulância saiu por volta das 8h25 desta sexta-feira da Santa Casa em direção ao Aeroporto de Serrinha, em Juiz de Fora. A aeronave que transporta Bolsonaro até São Paulo decolou por volta das 9h. A previsão é de que o voo até São Paulo dure 50 minutos e pouse no Aeroporto de Congonhas, de onde Bolsonaro será levado até o hospital.

O candidato está "extremamente estável", não há risco para a transferência, segundo informações médicas. Por isso, a família de Bolsonaro decidiu sobre a transferência.

Em um vídeo gravado no hospital e divulgado pelo site O Antagonista e nas redes sociais pelo senador Magno Malta (PR), Bolsonaro diz que nunca fez mal a ninguém e Bolsonaro foi atingido por uma facada na barriga durante um ato de campanha em Juiz de Fora na tarde desta quinta-feira (6). O agressor foi preso e transferido para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), de Juiz de Fora por volta das 2h30. A PF investiga a participação de um segundo suspeito no ataque ao candidato.


Recuperação

Jair Bolsonaro não deverá receber alta hospitalar antes de "uma semana ou 10 dias", disse em coletiva de imprensa na noite desta quinta-feira (6) o médico Luiz Henrique Borsato, da Santa Casa de Juiz de Fora, um dos profissionais que operaram o candidato. Ele ressaltou que o prazo é uma estimativa e que tudo dependerá da evolução do quadro de Bolsonaro.

O candidato era carregado nos ombros por apoiadores quando um homem se aproximou e o atingiu na barriga. "As lesões internas foram graves e colocaram em risco a vida do paciente", disse Borsato.

Bolsonaro chegou ao hospital por volta das 15h40 perdendo muito sangue por causa do ferimento e foi submetido a uma cirurgia de urgência chamada laparotomia exploradora. No procedimento, o abdômen é aberto para que a cirurgia possa corrigir as lesões.


O procedimento detectou que o intestino grosso foi transfixado pela faca e que houve também três lesões no intestino delgado. A facada atingiu ainda uma veia do abdômen.

"O que houve foi um sangramento na veia abdominal, que logo foi estancado, e lesões nos intestinos grosso e delgado. Foi retirada a parte lesada do intestino grosso, e o intestino delgado foi costurado", disse Borsato. A lesão no fígado, que chegou a ser uma hipótese, foi descartada.


Cinco cirurgiões e dois anestesistas trabalharam na operação. Durante o procedimento, Bolsonaro precisou receber quatro bolsas de sangue em transfusão. A cirurgia durou cerca de duas horas e terminou por volta das 19h40. Em seguida, Bolsonaro foi levado entubado e sedado para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

Segundo o último boletim médico, o político é considerado um paciente grave que está submetido a cuidados intensivos. Na noite desta quinta, ele apresentava quadro estável.

Os médicos fizeram uma colostomia temporária, procedimento que conecta o intestino a uma bolsa fora do corpo, evitando que as fezes passem e possam causar uma infecção no local onde foi tratada a perfuração. Ele deve ser submetido a outra operação futuramente, para reverter a colostomia.


Agressor preso

No momento em que foi esfaqueado, Bolsonaro fazia corpo a corpo com eleitores na região do Parque Halfeld. O suspeito de atacar o candidato foi identificado pela PM como Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos.

O advogado de Adélio, Pedro Augusto Lima Possa, disse que seu cliente assumiu a autoria do atentado, e que ele agiu por "motivações religiosas, de cunho político". "Ele não tinha intenção de matar, em momento algum. Era só de lesionar", disse Possa.


O agressor é formado em pedagogia. Atualmente, não há registro de filiação partidária dele, mas Oliveira foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014. Ele tem passagem na polícia em 2013 por lesão corporal.

A executiva do PSOL em Minas Gerais confirmou que o agressor foi filiado ao partido no passado e divulgou nota repudiando o ataque e cobrando uma investigação.

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PMFS - Micareta 05

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