As Fake News mudaram

Foto: Divulgação

Infelizmente, as notícias falsas já fazem parte do nosso dia-a-dia. É difícil passar um dia sem receber uma pelo whatsapp, ou se deparar com uma fake news nas redes sociais. Não deveria ser assim, mas a falta de critério das pessoas ao acreditar, ou simplesmente repassar informações que se recebe sem checar a fonte, é algo que já caiu na rotina.

Nessa pandemia do coronavírus, as fake news começaram do jeito de sempre, com o intuito de causar pânico nas pessoas. Quando a doença começou a ter os seus primeiros casos registrados na Bahia, por exemplo, quase todo mundo recebeu uns ‘prints’ de whatsapp, supostamente de uma conversa de uma pessoa com o diretor médico do Hospital Couto Maia, em Salvador, referência em tratamento de doenças infectocontagiosas, dando a informação de que o número de casos no hospital já era imenso e que já estava superlotado. Foi preciso o hospital emitir uma nota oficial para desmentir a informação. Na verdade, naquele momento, não havia um caso sequer da Covid-19 no Couto Maia. Em Feira de Santana, a fake news que viralizou, também logo no começo foi um áudio de uma suposta enfermeira que teria atendido os dois primeiros casos da doença na cidade, dizendo que as pessoas estavam em estado muito grave. Mais uma vez, a informação foi desmentida. As pessoas, um casal, não tiveram grandes complicações pela doença, e não precisaram de internamento.

O que chama a atenção agora é que, com o avanço do coronavírus no país e no mundo, as fake news mudaram de tom. Como a situação já é muito delicada e as pessoas já estão assustadas (algumas, em pânico) com a doença, a ideia agora parece ser dizer que está tudo resolvido e que não há motivos para preocupação. Tenho recebido, praticamente todos os dias, áudios e vídeos, pelos aplicativos de mensagens e pelas redes sociais, com títulos como ‘encontrada a cura para a Covid-19’, ou ‘está pronta a vacina contra o novo coronavírus’. Ou seja, as informações falsas do momento, parecem ter a intenção de fazer com as pessoas não tomem mais as medidas preventivas contra a doença. O pior é que quando a notícia for verdadeira e finalmente a vacina estiver pronta, muita gente vai custar a acreditar, por já ter ‘caído’ em muitas fake news sobre o assunto.

De um modo ou de outro, a intenção por trás de uma fake news nunca é boa. Quem a cria, se vale, muitas vezes, da preocupação das pessoas sobre algum assunto, para inventar uma notícia que vai chamar a atenção e impactar. Não entendo é o que a pessoa ganha com isso. Quem propaga a fake news, comete a irresponsabilidade de repassar sem verificar se aquela informação é verdadeira ou não, ou pelo menos, de checar se ela aparece em algum veículo de credibilidade.

 E ao que parece, vai dar trabalho para combate-las. Enquanto as pessoas continuarem utilizando redes sociais, e principalmente, aplicativos de mensagens, como fontes de informação, ao invés de procurar veículos de imprensa em que confiem para tal (sejam eles quais forem. Não estou aqui, fazendo apologia a nenhum) as fake news continuarão atingindo o seu objetivo de fazer mal às pessoas.

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