O ex-prefeito de Cansanção, na região sisaleira, Ranulfo da Silva Gomes, foi condenado a 22 anos e 6 meses de prisão, além do pagamento de 529 dias/multa, pela Justiça Federal. A sentença foi proferida nesta quinta-feira (13) pelo juiz federal Fábio Moreira Ramiro, que já havia condenado o ex-gestor em decisões de fevereiro e dezembro passados.
Além de Ranulfo Gomes, outros dois réus também sofreram punições. José Orlando Pinheiro Junior, ex-secretário de Administração e Finanças do município, foi condenado a 14 anos de detenção e 388 dias-multa. Milton Neves de Oliveira recebeu pena de 18 anos e 9 meses de reclusão, além de 309 dias-multa.
OPERAÇÃO MAKING OFF
O caso tem origem na operação “Making Of”, deflagrada em 2015 pela Polícia Federal para investigar fraudes em licitações em Cansanção. Segundo a denúncia, os três condenados fraudaram contratos direcionados à empresa M. Neves de Oliveira-ME, que, apesar de estar formalmente em nome de Milton Neves, pertencia de fato ao então prefeito Ranulfo Gomes.
Os serviços envolviam borracharia, lavagem de veículos e fornecimento de água por carros-pipa. Perícias técnicas demonstraram que a empresa M. Neves recebeu mais de R$ 6,3 milhões durante a gestão de Gomes, sendo parte da soma repassada ao prefeito. Documentos apreendidos também revelaram que a contabilidade da empresa era guardada no escritório pessoal do prefeito e que cheques da empresa eram controlados por sua secretária particular.
Um quarto réu, Sidney Cardozo Farias, que atuou como presidente da Comissão de Licitação do município, foi absolvido por falta de provas quanto ao dolo nas condutas a ele imputadas. Além da sentença desta quinta, Ranulfo da Silva Gomes já havia sido condenado em outras quatro ações penais, todas relacionadas a crimes de fraude em licitação, corrupção e desvio de recursos públicos, também no contexto da Operação “Making Of”.
A Justiça Federal informou que considerando todas as sentenças proferidas contra o ex-prefeito, o total da pena acumulada chega agora a 73 anos, 10 meses e 3 dias de reclusão, além de multas e da obrigação de devolver valores desviados.
Informações Bahia Notícias