O futuro político do PDT na Bahia tem sido amplamente debatido pelas lideranças partidárias. Porém, caso o partido permaneça na oposição ao governo do estado, comandado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), o PDT não irá compor ou indicar um nome para a chapa majoritária, em 2026. A declaração é do presidente estadual do partido, deputado federal Félix Mendonça.
“Se não fechar o encaminhamento e ficar na oposição, desde já descarto qualquer participação na majoritária. Isso já passou, é um filme que já vimos. Vou acompanhar Zé Ronaldo, que não larga a prefeitura. O PDT não larga as candidaturas para deputado federal, para vice ou ao Senado, é um combinado que não deu certo”, apontou Félix.
“Acho que é importante o partido participar da majoritária, esse foi o acerto e combinado com ACM Neto, com a presença do presidente [Carlos] Lupi. Tínhamos duas opções, o espaço na majoritária, sem indicar nome ou ao Senado, ou vice. Se eles apoiassem Ciro como único candidato, poderíamos prescindir. Não aconteceu nem uma coisa, nem outra, não apoiou Ciro, por questões locais, em consequência teria que ceder o espaço. Que também não aconteceu”, acrescentou.
A definição esbarra na sugestão dada pelo também deputado federal Leo Prates (PDT), que sinalizou o desejo do partido indicar um nome para a majoritária. “O partido tem que ter vaga na majoritária. Tem sido a defesa que tenho feito. Não vejo condições no PT de nos dar isso”, disse Leo em contato com o BN.
Félix relembrou o período de organização da chapa majoritária em 2022, quando ACM Neto confirmou o nome da empresária Ana Coelho para a vice, na chapa para o governo. “Ainda tivemos algumas questões [na última eleição], [foram] vários convidados para participar e o final foi colocando Ana Coelho. Ela é uma empresária qualificada, tem muitos méritos e pré-requisitos, mas está longe de ser uma pessoa da política, que agregasse em votos, como o momento pedia”, disse.
O deputado ressaltou que ainda não possui uma definição acerca do futuro político do partido, sem saber “qual caminho tomar”. “Estamos sem compromisso sem ninguém. Preferencialmente queríamos ter candidato, mas não temos tamanho. Mesmo que venha apoiar o grupo da oposição, ainda não tem nada certo. Estamos iniciando uma conversa com Rui Costa, não conversamos como governador. Rui teve a gentileza de visitar a bancada e pode progredir. Muitos prefeitos querem que a conversa progrida. Desde já, não queremos espaços no governo, fomos oposição e não vamos brigar”, revelou.
JANTAR MOVIMENTADO
O “start” para toda a discussão sobre o futuro do partido se deu após um jantar oferecido na última semana, em Brasília, pelo líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (PDT-MG), ao ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Pedetistas, os deputados federais Félix Mendonça Júnior e Leo Prates participaram do encontro, além do prefeito de Euclides da Cunha, Heldinho Macedo, e do antecessor, Luciano Pinheiro, filiados ao partido e defensores públicos do apoio da sigla ao governo Jerônimo Rodrigues (PT).
Na ocasião, Rui ouviu queixas e sugestões, sobretudo na área econômica. “Destacamos, por exemplo, que o Brasil não pode continuar com essa política de juros altos, que prejudica o trabalhador e o empreendedor em nosso país. O ministro se mostrou receptivo às ideias colocadas pela bancada, ouvindo cada um dos presentes”, declarou Félix Jr.
Questionado se política baiana também entrou na pauta, Félix disse que sim. “É natural que isso ocorresse. Ficamos na oposição nas eleições de 2022, e, por isso, não temos que pleitear nenhum espaço no governo estadual. Mas estamos tratando do futuro, sim, conversando com Rui e com o ministro da Previdência, Carlos Lupi, que é presidente nacional licenciado do PDT, sobre a Bahia. Nacionalmente, já estamos na base do governo”, pontuou.