Um ano de Milei na Argentina: queda da inflação, aumento da pobreza e mudanças de postura marcam 1º ano de mandato
Há exatamente um ano, Javier Milei assumia a presidência da Argentina prometendo mudanças radicais na política e na economia do país.
Há exatamente um ano, Javier Milei assumia a presidência da Argentina prometendo mudanças radicais na política e na economia do país. O primeiro presidente com uma ideologia anarco-capitalista enfrenta um cenário desafiador e resultados mistos em seu mandato. Veja no vídeo acima.
Economia: números preocupantes e ajustes
O FMI projetava um crescimento de 2,5% no PIB argentino para 2024, mas agora prevê uma queda de 3,5%, a maior do planeta. Para 2025, a expectativa é de recuperação, com alta de 5%.
A inflação desacelerou de 25% em dezembro de 2023 para 2,7% em outubro de 2024. A queda reflete a redução do poder aquisito, com consumo em massa acumulando uma queda de 12,5% em 2024.
A pobreza, que era de 41,7% no início do mandato, subiu para 52,9% em julho de 2024 e recuou para 49,9% recentemente.
Milei abandonou suas duas grandes promessas de campanha: eliminar o peso e implantar, em seu lugar, o dólar como moeda nacional, além de fechar o Banco Central.
Popularidade e governabilidade
Milei conta com 56% de aprovação, mas seu estilo agressivo é rejeitado por 71% dos argentinos, segundo pesquisas. Apenas 28% acreditam em sua declaração de que seu governo é “o melhor da história”. No parlamento, sua minoria dificultou a aprovação de medidas: das 600 propostas iniciais, apenas 200 foram aprovadas.
Polêmicas e reviravoltas
O primeiro ano foi marcado por muitas polêmicas, como o fechamento do Instituto Contra a Discriminação e do Ministério da Mulher. Além disso, Milei protagonizou episódios de confronto, com ataques verbais frequentes. Um dos alvos foi o Papa Francisco. Durante a campanha eleitoral, Milei chamou o pontífice de “imbecil que defende justiça social”, além de epítetos escatológicos. Mas, depois de tomar posse, elogiou o compatriota e foi visitar o Santo Padre.
Milei também mudou de tom em relação à China: antes, declarava que romperia relações com o país, mas agora planeja uma visita ao presidente Xi Jinping em janeiro.
Informações G1