O acusado de matar a namorada de 16 anos em São Gonçalo dos Campos, foi absolvido em julgamento nesta sexta-feira (22). Segundo a defesa da família da vítima, que participou do ato a portas fechadas, a conclusão foi de “insuficiência de provas”.
Eveny Brito Oliveira foi morta e teve o corpo carbonizado em novembro do ano passado. Uelisson Cerqueira Ferreira, de 22 anos, foi preso em seguida por suspeita de feminicídio e aguardava o júri em cárcere, desde então.
As investigações apontam que o crime teria sido motivado por uma suposta gestação indesejada. O jovem teria assassinado a adolescente após descobrir que ela estava à espera de um filho dele.
No entanto, os parentes dela afirmaram que não sabiam da gravidez e um laudo pericial descartou a gestação. O documento, que baseou a decisão, apontou ainda a morte da menina como inconclusiva e não apontou nenhum tipo de agressão sofrida pela vítima.
A família informou que vai recorrer da decisão judicial e solicitar uma nova investigação. Uelisson Cerqueira Ferreira, que estava no Conjunto Penal de Feira de Santana, não retornou mais para a prisão após o julgamento, que durou cerca de seis horas.
O ato aconteceu no Fórum Ministro João Mendes. Apenas o acusado, testemunhas, jurados e os representantes da defesa e acusação tiveram acesso ao local.
Revolta da família
Durante o júri, familiares da vítima protestaram na porta do fórum e cobraram justiça. Entre eles, estava a mãe de Eveny Brito, Ângela Brito.
“Ele destruiu a minha família, destruiu a vida da minha filha. Ele foi frio, cruel, calculista, porque ele saiu com minha filha, rodou, rodou, com o corpo estrangulado no carro, até anoitecer, pra desovar no matagal. Ainda contou no depoimento, rindo, que que dormiu a noite toda depois do crime”, desabafou.
O advogado da família de Eveny, Danilo da Conceição, destacou a necessidade da reabertura das investigações, que será pedido. Ele também criticou possíveis inconsistências durante o processo, que podem ter resultado na absolvição de Uelisson, mas não detalhou quais as falhas.
Já advogado Hércules Oliveira, que faz a defesa do acusado, afirmou que a absolvição ocorreu dentro dos parâmetros legais e ressaltou que o caso segue em segredo de Justiça.
