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Força-tarefa afasta oito PMs investigados por suspeita em execução de delator do PCC

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A força-tarefa da Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou nesta terça-feira (12) que afastou preventivamente oito policiais militares investigados por suspeita de envolvimento na execução de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, delator da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Vinicius foi morto a tiros durante atentado na sexta-feira (8) no Aeroporto Internacional de São Paulo, que fica em Guarulhos, cidade da região metropolitana. Câmeras de segurança gravaram o momento em que dois criminosos armados com fuzis disparam 29 vezes na direção do empresário.

Além de Vinicius, morto com dez tiros, outras quatro pessoas que estavam no entre a plataforma e o saguão do aeroporto foram atingidas pelos tiros. Um motorista por aplicativo morreu. As outras três vítimas ficaram feridas, mas sobreviveram.

Nesta segunda (11), o secretário da pasta, Guilherme Derrite, afirmou que o grupo terá a participação de seis membros das forças de segurança do estado e será coordenado pelo secretário-executivo da SSP, delegado Osvaldo Nico Gonçalves.

Gritzbach fechou em março um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo para delatar crimes da facção e de policiais. Ele chegou a pedir mais proteção aos promotores, em virtude de ter sido jurado de morte.

Até a publicação desta reportagem, ninguém havia sido preso.

Confira abaixo os próximos passos da investigação e o que se sabe sobre o caso:

1. Quem vai fazer parte da força-tarefa?
A coordenação será feita pelo secretário-executivo da SSP, delegado Osvaldo Nico Gonçalves. Os seis integrantes serão:

Caetano Paulo Filho – delegado de polícia, diretor do DIPOL;
Ivalda Oliveira Aleixo – delegada de polícia, diretora do DHPP;
Pedro Luís de Souza Lopes – coronel da PM, chefe do Centro de Inteligência da Polícia Militar;
Fábio Sérgio do Amaral – coronel da PM, corregedor da Polícia Militar;
Karin Kawakami de Vicente – perita criminal de Classe Especial.

2. Como a força-tarefa vai funcionar?
O colegiado obedece a um pedido do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para as forças policiais darem uma resposta rápida sobre a execução.

O objetivo da força-tarefa, segundo o decreto que a criou, é fazer uma cooperação direta com o Ministério Público para o “compartilhamento de informações necessárias ao cumprimento de suas atribuições e, caso necessário, colaborando de forma complementar com autoridades federais, sem prejuízo da condução principal das investigações pelo estado”. O grupo também deverá informar Derrite do rumo dos trabalhos periodicamente, com relatórios semanais.

3. Por que a Polícia Federal entrou no caso?
Além da força-tarefa, a Polícia Federal também vai investigar o assassinato, por ordem do Palácio do Planalto. A avaliação é a de que a forma como o crime ocorreu, o suposto envolvimento de facção criminosa e de agentes públicos, além do local do homicídio no aeroporto mais movimentado do país durante o dia, demandam também uma investigação federal.

Por segurança, o inquérito será tocado por uma equipe de fora de São Paulo. Há uma suspeita de que o empresário pode ter sido morto por ordem e com envolvimento de agentes de segurança, e não necessariamente por ordem direta do PCC.

4. O que a GCM de Guarulhos está apurando?
A Guarda Civil Municipal (GCM) de Guarulhos, na Grande São Paulo, vai investigar por que não havia nenhum agente na base da corporação no Aeroporto Internacional de São Paulo no momento em que um delator do PCC foi executado com dez tiros. O crime aconteceu na tarde do dia 8, bem em frente ao micro-ônibus da GCM que fica estacionado no aeroporto, mas nenhum guarda estava no local para prestar suporte ou intervir na ação dos atiradores.

Segundo o comando da Guarda, naquele mesmo horário, os agentes da corporação, que andam armados, atendiam outra ocorrência na Delegacia da Polícia Civil de Cumbica. Fontes ligadas à gestão municipal querem saber se a ocorrência foi “plantada” para desviar a atenção dos guardas na hora do tiroteio ou se foi só uma coincidência. A sindicância foi aberta no sábado (9).

5. Por que ele não tinha uma escolta oficial?
Gritzbach pediu mais segurança ao Ministério Público. A TV Globo teve acesso a um trecho da reunião do empresário com os promotores, cuja data não foi informada (veja vídeo).

“Tenho comprovantes de pagamento, tenho contrato, tenho matrícula, tenho as contas de onde vinham o dinheiro, então dá pra gente fazer o caminho inverso. Tenho as conversas de Whatsapp com os proprietários. Eu apresento, doutor, mas cada vez mais eu preciso de mais segurança. Então, eu precisava de um amparo de vocês também do que eu vou ter. Se não, vocês estão falando com um morto-vivo aqui”, disse, na reunião.

À GloboNews, o promotor Lincoln Gakiya disse que ele recusou as ofertas de segurança feitas a ele. Alegava que podia bancar a própria segurança e não queria abrir mão do estilo de vida que levava. Ao entrar no programa, ele precisaria mudar de casa e deixar de conviver com a família e amigos.

Para se proteger, o empresário contratou cinco policiais militares para fazerem sua escolta particular: Quatro deles, Leandro Ortiz, Adolfo Oliveira Chagas, Jefferson Silva Marques de Sousa e Romarks César Ferreira de Lima, estavam em terra, mas não estavam com Gritzbach quando ele foi morto. Disseram que um dos carros usados para buscar o empresário teve um problema na ignição.

O quinto, soldado Samuel Tillvitz da Luz, viajava com o empresário, mas disse que, quando ouviu o barulho de disparos, se escondeu atrás de um ônibus estacionado e “partiu em deslocamento a pé por seu lado direito, subindo por um barranco e acessando a via que dá acesso ao pavimento superior do aeroporto”. À Corregedoria, ele explicou que estava em desvantagem, por isso decidiu proteger a própria vida.

7. Os seguranças estão sendo investigados?
Sim. Leandro Ortiz, Adolfo Oliveira Chagas, Jefferson Silva Marques de Sousa e Romarks César Ferreira de Lima são investigados pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e foram afastados de suas funções no sábado (9). A investigação está refazendo os passos deles, seguindo o trajeto antes de o carro supostamente quebrar, além de extrair dados dos celulares dos PMs.

8. Por que a Corregedoria da PM já investigava os seguranças de Gritzbach?
A Corregedoria da Polícia Militar havia instaurado um inquérito para apurar o suposto envolvimento dos seguranças dele com a facção criminosa. Os cinco seguranças de Gritzbach são praças da PM (soldados, cabos e sargentos) e foram indicados pelo mesmo tenente, Garcia, do 23° Batalhão Metropolitano.

Depois do assassinato, os corregedores revisitaram o Inquérito Policial Militar (IPM) e verificaram que os nomes dos seguranças de Gritzbach já apareciam na investigação. Agora, vão juntar informações que constavam no IPM com os novos elementos, obtidos principalmente após a apreensão dos celulares dos PMs.

9. Por que ele denunciou policiais civis à Corregedoria?
Gritzbach foi ouvido em 31 de outubro, oito dias antes de ser executado, na Corregedoria da Polícia Civil sobre a denúncia de que policiais civis estavam cometendo extorsão. Segundo Derrite, ele citava, na delação feita ao MP, “nomes de policiais civis que teriam, de alguma maneira, participado de extorsão contra ele”. Ele foi o primeiro a ser ouvido e o inquérito, instaurado na Corregedoria, “para que ele pudesse apontar os nomes e quais desvios de conduta, esses policiais civis teriam cometido”.

Informações G1

Bárbara Barreto
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