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Maguila será velado em cerimônia aberta ao público na Alesp; enterro ocorrerá no ABC só para a família

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O corpo de José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, será velado em cerimônia aberta ao público a partir das 8h até 12h desta sexta-feira (25) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Zona Sul da capital paulista.

O ídolo do boxe brasileiro morreu na quinta-feira (24) por complicações da demência pugilística, doença incurável que o acometia. Em 2013 ele havia sido diagnosticado com a doença degenerativa, também conhecida por Encefalopatia Traumática Crônica (ETC).

Maguila tinha 66 anos e deixa esposa e três filhos (Edimilson Lima dos Santos, Adenilson Lima dos Santos e Adilson Rodrigues Júnior). A viúva de Maguila, Irani Pinheiro, deverá dar uma entrevista coletiva à imprensa por volta das 9h dentro do Hall Monumental na Alesp. Foi ela que confirmou a morte do marido.

O casal morava em Itu, cidade do interior do estado, onde o ex-boxeador fazia tratamento por causa da doença. Mas seu estado de saúde piorou e ele precisou ser transferido para o Hospital das Clínicas, em São Paulo, onde faleceu.

Depois da Alesp, está previsto um cortejo de carro com o caixão que levará Maguila ainda nesta sexta até São Caetano do Sul, cidade vizinha no ABC Paulista. A ideia da família é de que o ídolo do boxe nacional possa ser reverenciado pela população nas ruas do município. Familiares o aguardarão no Cerimonial Ossel, um espaço funerário reservados para eles prestarem homenagens ao ex-atleta.

O enterro do ex-boxeador também ocorrerá nesta sexta em São Caetano. Essa cerimônia de despedida será restrita a parentes e amigos do multicampeão de pugilismo pelo Brasil. Quando o corpo deixará Alesp, bem como o nome do cemitério no ABC e o horário do sepultamento ainda não foram informados à imprensa pela família dele.

No perfil de Maguila no Instagram, a família publicou a informação de sua morte ainda na quinta: “É com profundo pesar que comunicamos o falecimento de Adilson Maguila, uma figura emblemática e muito querida dentro e fora do ringue. Deixa um legado inestimável no esporte e na vida de muitos brasileiros. Maguila permanecerá vivo em nossas memórias e corações”.

Trajetória

Maguila, famoso peso-pesado do boxe brasileiro, nasceu em 12 de junho de 1958 em Aracaju, Sergipe. Sua carreira no esporte durou de 1983 a 2000. Das 85 lutas profissionais, ele venceu 77 – sendo 61 por nocaute -, sete derrotas e um empate técnico. Entre os confrontos mais comentados estão as famosas lutas contra George Foreman e Evander Holyfield, em que os americanos nocautearam o brasileiro.

O ex-boxeador foi comentarista de economia do programa “Aqui Agora”, do SBT, na década de 90. Ele também fez parte do elenco fixo do “Show do Tom”, programa humorístico da Rede Record, em 2004.

Antes de completar 50 anos, o lutador foi diagnosticado com Encefalopatia Traumática Crônica. Contudo, antes disso, um erro médico resultou no tratamento de Alzheimer até 2015, quando o neurologista Renato Anghinah começou a tratá-lo pensando no principal fator o que fez desenvolver a ETC: os golpes na cabeça que sofreu ao longo da carreira de boxeador.

Em 2022, Maguila deu uma entrevista ao ge, em uma clínica no interior de São Paulo. Na época, ele passava por cuidados paliativos.

“Quero mandar um abraço para todo o povo brasileiro que me viu lutar. Estou bem e fiquem tranquilos. Só não posso mais lutar, mas estou bem. Essa doença que nem sei falar o nome, mas é difícil. É para o povo ficar tranquilo que estou bem”, disse Maguila na época.

Origem do apelido

Antes da carreira como atleta, ele fez bicos e trabalhou como segurança em boates. Em razão do seu porte físico, recebeu o apelido de “Godzilla” — monstro fictício conhecido pela aparência similar a de um dinossauro.

Posteriormente, passaram a chamá-lo de Maguila em alusão racista ao gorila “Maguilla”, personagem de desenho animado de Hanna-Barbera.

No início, o boxeador não gostava de ser chamado assim, porém logo o nome vazou, e ele passou a ser conhecido nos circuitos de luta dessa forma. Maguila ressignificou o apelido racista e o transformou em símbolo de força.

Informações G1

Bárbara Barreto
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