Flica movimenta leitores desde a infância em Cachoeira

A cultura tomou conta da cidade através da literatura, música, manifestação e até o comércio

La�s Sousa

A oitava edição da Festa Literária de Cachoeira (Flica), realizada até este domingo (14) trouxe cerca de 30 mil pessoas a circular na cidade, aproveitando a gratuidade de poder compartilhar momento culturais e literários com diversos convidados baianos, nacionais e mundiais. A homenageada literária deste ano é a escritora mineira Conceição Evaristo que participou da mesa 'Admiráveis Olhos D' Água que nos Contemplam', com mediação da baiana Lívia Natália, no sábado (13).

Na mesa anterior, o bate-papo com escritores Zack Magiezi e Edgard Abbehusen já lotava o Claustro do Convento do Carmo, com um público antenado na literatura da internet. No encontro mediado pela jornalista Jéssica Smetack, o baiano de Muritiba, que começou no Instagram com a página Fotocitando e hoje vive para escrever seus poemas, Edgard Abbehusen comentou que a internet oportunizou democratizar o conteúdo e, tal produção, considera permitir não cair na mesmice e se reinventar a todo o momento. Por sua vez, o escritor paulista Zack Magiezi, que divulga nas redes socias poemas, as "notas sobre ela" que virou livro, diálogos e criações literárias envoltas em "Estranheirismo", solidão e melancolia, contou que as referências para escrever são as tantas histórias escutadas e que se tornam experiências compartilhadas empaticamente.

Com uma programação extensa de mesas, atrações musicais e feira de livros, o evento foi aproveitado por moradores da região para conseguir renda extra no comércio. Doces caseiros, palha italiana, pizza de brownie, brigadeiro gourmet, camisas de serigrafia, broches, turbantes, bonecas de pano, chaveiros, brincos, cadernos, bolsas, imãs e marcadores com temas culturais, de tudo um pouco se pode encontrar ao longo das ruas embaladas de cultura, manifestações políticas e literatura. Artistas também aproveitaram a oportunidade para realizar obras como serigrafia e caricaturas com direito a plateia. 

Com programação cultural destinada para o público infantil, desde o cenário até as atrações - que este ano conta pela primeira vez com um escritor estrangeiro com o argentino Gusti -, a Fliquinha, situada no Cine-Teatro Cachoeirano teve curadoria por conta de Lilian Gramacho e Mira Silva. Contações de histórias, peças e bate-papos com autores de livros chamaram a atenção da criançada e de pais como os de Amanda Scherer, de apenas 8 meses, vinda de Imbu/SP, com a certeza que não existe idade para associar a literatura com o prazer.

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