Tudo que você precisa saber sobre o ataque contra a Síria

A ação contra o regime do ditador Bashar al-Assad foi realizada em conjunto pelos EUA, França e Reino Unido.

ETIENNE LAURENT/AFP

Como retaliação a um suposto ataque com uso de armas químicas nos arredores de Damasco, há pouco mais de uma semana, Estados Unidos, França e Reino Unido resolveram intervir na noite desta sexta-feira (13), no regime de Bashar al-Assad, na Síria, e bombardear o país do Oriente Médio. 

O Pentágono anunciou que alvos, relacionados à contravenção ao acordo internacional que proíbe o uso de armas químicas, foram atacados, como depósitos em Damasco, onde teria armazenamento desse tipo de arsenal, e um centro de pesquisa ligado à produção de armas químicas, também na capital síria. 

Em pronunciamento na noite de sexta-feira o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a investida militar na Síria deve continuar se não houver nenhum progresso ou demonstração de que Bashar al-Assad interrompa o uso de armas químicas. O mandatário americano disse que os EUA e aliados como França e Reino Unidos estão preparados para uma resposta "contínua". 

"Para o Irã e a Rússia, eu pergunto: que tipo de nação quer ser associada com o assassinato em massa de homens, mulheres e crianças inocentes?", disse Trump em discurso, após anunciar o ataque. 

A Casa Branca se posiciona de forma contundente contra a Rússia e culpa Putin de maneira direta pelos bombardeios que atingiram civis, nas imediações de Damasco. "Em razão de sua inabilidade -ou recusa - de conter os crimes de Assad, a Rússia deve assumir a responsabilidade por seu comportamento", disse Trump. 

Fontes ligadas ao Ministério das Relações Exteriores da Síria afirmaram neste sábado (14) que o ataque coordenado por EUA, França e Reino Unido se trata de uma "agressão bárbara e brutal" que não afetará a luta do regime para obter controle dos redutos rebeldes do país. 

'Agressão' contra soberania síria, diz Putin 

Em nota divulgada pelo Kremlin, o presidente russo Vladimir Putin condenou o bombardeio retaliatório encabeçado pelos EUA, de Donald Trumpo. "A Rússia condena duramente o ataque à Síria, onde militares russos ajudam o governo legítimo a lutar contra o terrorismo", disse Putin, em comunicado. "Com suas ações, os Estados Unidos agravaram ainda mais a catástrofe humanitária na Síria, levando sofrimento à população civil." 

O embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, afirmou que o ataque americano contra bases sírias "não ficará sem consequências".

Irã diz que houve precipitação e também relatou 'consequências' 

O governo do Irã também destacou o risco de "consequências regionais" aos EUA e aliados. "Não há provas e, sem esperar o resultado da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq), conduziram os ataques", disse Teerã, em comunicado divulgado nas redes sociais. Segundo o Irã, vários dos locais atacados conseguiram ser evacuados nos últimos dias, graças a alertas dos russos.

Macron conversou com Putin antes do ataque 

O presidente francês Emmanuel Macron afirmou que a coalizão ocidental não vai "tolerar a banalização do uso de armas químicas". O comunicado foi publicado pelo Palácio do Eliseu no início da madrugada deste sábado.

Poucas horas antes do ataque, Macron conversou por telefone com o presidente russo Vladimir Putin para discutir o uso de armas químicas pelo governo de Assad contra reduto de rebeldes, nos arredores de Damasco. Foi a primeira conversa entre um líder do ocidente com o presidente russo desde o ocorrido. 

'Pontual, dirigido e efetivo’, diz premiê britânica sobre medida 

A primeira-ministra do Reino Unido se manifestou após os bombardeios afirmando que a decisão foi motivada por provas da inteligência britânica que comprovavam a responsabilidade do governo sírio de usar armamento químico contra rebeldes, causando mortes de civis. 

Reportagem obtida do site Gazeta do Povo

 

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