Defesa Civil: 38 alagamentos e um desabamento em Feira

A chuva que foi acima do esperado já causou estragos em pontos da cidade

Foto: Reprodu��o

Em decorrência da grande quantidade de chuva que causou estragos em toda Feira de Santana, nos últimos dias, a Defesa Civil chegou a registar 38 ocorrências oficiais, além das denúncias feitas a partir de redes sociais e através da imprensa. Dentre as causas mais acontecidas, alagamentos foram os mais reclamados pela população.

De acordo com a Defesa civil, os bairros mais prejudicados com a ação da natureza foi a Gabriela, Baraúnas, Rua Nova, Queimadinha, Feira VII. Pedro Américo conta que a Defesa Civil já vinha colocando em prática ações, para evitar que o estrago fosse maior. "Estamos fazendo o monitoramento desde antes do período de chuva, pois ele já era esperado, mas não na intensidade que veio. Fizemos um diálogo com a secretaria de Serviços Públicos e de Desenvolvimento Urbano com o objetivo de limpeza dos canais, das áreas onde há córrego. Fizemos também debates com moradores sobre não jogar lixo na rua para não obstruir a passagem da água", conta o coordenador.

Os temporais acontecidos na cidade acabaram gerando dois casos graves: um de desabamentos, aonde a família veio a perder tudo; e outro, no entorno do bairro da Gabriela, onde os moradores tiveram um grande prejuízo após a água invadir sua residência. "Durante essas chuvas tivemos duas situações mais graves de um imóvel que foi praticamente todo destruído por ter sido construído em área irregular, próximo ao córrego; feito sem uma estrutura devida. Na outra situação, houve um princípio de enxurrada onde todos os móveis da família foram perdidos", informa o coordenador. Sobre as famílias que foram encaminhadas para o CRAS com o objetivo de que seja feito o atendimento social dessas pessoas. Nenhum dos dois acidentes tiveram vítimas.

Moradores como Jorge Nelson Silva Moreira, contaram que é muito difícil viver nas áreas mais atingidas pela chuva. "Essa rua aqui alaga toda. Ficamos sem condições de andar, a água invade a casa das pessoas. Depois dessa chuva acordei tirando água da minha, que alagou por minar mesmo. Essa noite subiu mais ou menos 30 centímetros. Então nos obriga a botar batentes na frente das casas pra evitar que encha de água da chuva", diz ele que reside na Rua Visconde de Mauá, no bairro Estação Nova. Já o pedreiro Gilson Pereira, morador da Rua Edson Brandão Junior, também conhecida como Segunda Travessa, no bairro Caseb, fala da falta de atenção das autoridades com um problema antigo. "Essa rua aqui vai dar na Concórdia, que é uma das principais ruas do Caseb, e olha o estado dela. Sempre que chove ela alaga, porque recebe a água que vem desde a Avenida João Durval. A vida toda a água sobe entre 30 e 40 centímetros, a água invade as casas e nenhum órgão vem nos auxiliar, apenas a Conder que está fazendo as obras de esgotamento por aqui", desabafa.

Lais Alves Oliveira que mora na Rua K do bairro Gabriela, diz que se mudou recentemente, mas que já sente a falta de estrutura do lugar. "No meu bairro toda vez que chove aparecem buracos. Nós tentamos minimizar os efeitos da chuva usando pedras, mas a força da chuva é tão grande que acaba arrastando-as, Além disso, com essa chuva recente, foi formado uma enorme cratera, que está muito funda. Por ser um conjunto novo, esse problema existe há 11 meses, o tempo que temos morando no bairro", explica ela.

Caso a população queira fazer qualquer tipo de denúncia, ligar para o número 156. Em caso de risco, como alagamento, a indicação da Defesa Civil é de ligar para 193, Corpo de Bombeiros.

CAUSAS

A professora Rosângela Leal, coordenadora da estação climatológica da Universidade Estadual de Feira de Santana, explicou no programa Bom Dia Feira, que os problemas ocasionados pela chuva se deu por ter caído muita água em um curto período de tempo. "Nós tivemos uma chuva no valor de 26 milímetros, o que é muito, principalmente, porque essa quantidade caiu na primeira hora. O que dá problema é justamente essa quantidade de chuva cair toda de vez, porque dificulta a absorção de água das áreas que não tem um bom direcionamento da rede pluvial, faz com que tenha um retorno de água", explica.

Ela conta que já choveu em Feira de Santana cerca de 70 milímetros, o que está acima da média do mês de março, e quase se igualando aos meses chuvosos. "O mês de março não é um mês de chuva, quando chove, a tendência é que seja dessa forma. Outras características do mês é chover e depois ter um tempo aberto ou ter um tempo nublado e estar muito abafado. Então o que está acontecendo são pancadas de chuva. Elas ocorrem por ser uma área de baixa pressão, por estar muito quente e isso atrai chuva", conclui Rosângela afirmando que esse período deve se estender por, no máximo, 10 dias, já que continua chovendo e isso acaba esfriando a temperatura e desfaz a porção de ar quente que propicia a chegada das nuvens, sem contar com a aproximação do outono, que acaba diminuindo mais ainda o clima quente.

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