Renunciar ao mandato seria a atitude mais decente
Independente da confirmação ou não de que houve
algum tipo de edição (como diz o jornal Folha de São Paulo, a partir de
analises do perito Ricardo Caires dos Santos) no conteúdo gravado da conversa
no Palácio do Jaburu entre o presidente Michel Temer e o dono da JBS, Joesley Batista,
do ponto de vista moral, o peemedebista está liquidado.
As pesquisas apontavam há bastante tempo o
tamanho da antipatia em torno de Temer e a desaprovação popular do governo
tampão, iniciado em maio do ano passado. O que mantinha o presidente ainda de
pé era a relação incestuosa com o Congresso Nacional, responsável pela
manutenção da tal governabilidade.
Agora, com o desgaste gigantesco que representa
a falta, no mínimo, de qualquer atitude do presidente no sentido de denunciar
ou repreender as pontuações de Joesley, vários partidos políticos já consideram abandonar do governo. Alguns destes devem se reunir
neste final de semana para definir uma posição diante da crise aberta desde a
quarta-feira, dia 17.
Neste ambiente, de instabilidade, turbulência, desconfiança
e abalo instrucional, o mínimo que Temer poderia fazer, é renunciar ao mandato
e se dedicar à tarefa espinhosa de se defender, afinal entre tantas outras
acusações, ele teria agido de maneira flagrante para obstruir a atuação da
Justiça no caso da Lava Jato.
Por Elsimar Pondé
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