Suspeito de matar cigano para se livrar de dívida é recapturado

Homem foi localizado com mais duas pessoas com carros roubados, informou, nesta terça-feira (25), a Polícia Civil.

Divulgação/Polícia Civil
25/04/2017
17:28:29

O comerciante Jailton Carvalho Santos, suspeito de matar em 2014 um cigano na cidade de Simões Filho, na região metropolitana de Salvador, para se livrar de uma dívida com a vítima foi preso na segunda-feira (25). A informação foi divulgada nesta terça (25) pela Polícia Civil. O crime teria motivado outros assassinatos, entre eles os dos gêmeos Silvio Cezar Carvalho Santos e Cezar Silvio Carvalho Santos, irmãos de Jailton, em Salvador, em agosto de 2016.

Jailton era foragido do Complexo Penitenciário da Mata Escura, desde novembro do ano passado, onde estava preso pelo envolvimento na morte do cigano Jair Ferraz de Almeida, 42 anos. Ele foi condenado a 14 anos de prisão. Conforme a polícia, ele e mais dois homens foram localizados com dois carros roubados na Avenida na Bonocô, por equipes das polícias Civil e Militar.

Foram presos também Lázaro Magno da Silva Alcântara e Felipe Bittencourt de Araújo, que responderão por por receptação qualificada.

Segundo a polícia, Jailton portava um documento falso em nome de Cristiano Santos Carvalho quando foi localizado. A polícia ainda não sabe quem é Cristiano.

De acordo com o delegado Marcelo Tannus, titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV), um dos carros encontrados com os suspeitos foi roubado em Feira de Santana, no dia 11 de abril. O outro veículo foi tomado de assalto, no sábado (22), em Conceição do Jacuípe.

Jailton também foi autuado em flagrante por receptação qualificada e deverá retornar ao sistema prisional. Os outros dois suspeitos foram encaminhados ao Núcleo de Prisão em Flagrante (NPF), na Avenida ACM.

Morte de gêmeos

Os gêmeos Silvio Cezar Carvalho Santos e Cezar Silvio Carvalho Santos foram mortos a tiros na localidade conhecida como Baixa do Tubo, em Cosme de Farias, em Salvador, na quarta-feira (17). Sílvio era advogado e tinha um escritório no local onde o crime aconteceu. Já Cezar Silvio, era cinegrafista.

Conforme da polícia, dois homens chegaram no local e um deles chamou por Silvio. Quando ele apareceu, foi baleado. A vítima morreu no local. Ao ouvir os disparos, Cezar tentou dar socorro ao irmão, mas acabou baleado. Ele chegou a ser socorrido por vizinhos para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas já chegou à unidade de saúde sem sinais vitais.

Também em setembro, cinco ciganos foram presos suspeitos de envolvimento no crime contra os gêmeos. Os homens estavam com armamento pesado, bastante munição e cerca de R$ 22.142. Eles foram autuados por porte ilegal de armas. Eles negaram a participação nos homicídios.

Agendas com anotações que podem ter relação com o empréstimo de dinheiro com juros, fora do mercado de crédito legítimo, popularmente conhecido como agiotagem, também foram encontradas com os homens, informou a polícia.

À época, o advogado do ciganos presos, Abdon Abade, disse que as armas encontradas com os clientes dele são para uso pessoal. Ele informou ainda que os presos, assim como outros ciganos, têm o hábito de andar com altas quantias em dinheiro porque não confiam em instituições bancárias.

Vingança

O motivo da morte dos gêmeos pode ter sido vingança. A informação foi divulgada pela delegada Andréa Ribeiro, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

A polícia trabalha com a hipótese do crime ter sido cometido por um grupo de ciganos, com o qual o irmão das vítimas, Jailton Carvalho Santos, teria uma dívida. Por causa dessa dívida, Jailton matou o cigano Jair Ferraz de Almeida, que atuava como agiota, durante uma briga, em 2014.

A família dos gêmeos informou em depoimento à Polícia Civil que sofreu ameaças desse grupo ligado a Jair Ferraz. Logo após a morte do cigano, outras três pessoas da família dos gêmeos foram mortas. Conforme a polícia, as vítimas foram a ex-mulher, um filho e um sobrinho de Jailton.

À época, a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) informou que a ex-mulher de Jailton teria contraído empréstimo de R$ 7 mil com o cigano, valor que em quatro meses subiu para R$ 122 mil. Ainda segundo a SSP-BA, a dívida teria sido o motivo de Jailton ter matado o cigano, em 14 de agosto, em um trecho da rodovia BR-324, no município de Simões Filho.